Zé Neto critica crise política em Brasília e defende foco na agenda econômica
Para Zé Neto, a crise interna na Câmara está travando o que realmente importa ao país

O deputado federal Zé Neto (PT) avaliou, em entrevista ao De Olho na Cidade, o clima de instabilidade política vivido em Brasília nos últimos dias. Para ele, a sucessão de conflitos entre governo, oposição e Judiciário tem prejudicado pautas essenciais para o país, especialmente a conclusão da regulamentação da Reforma Tributária.
O deputado condenou decisões recentes da Câmara dos Deputados, citando diretamente o caso de Carla Zambelli.
“A cassação da Carla Zambelli foi dada pelo Supremo lá atrás. Quando Zé Dirceu foi preso, quando Palocci foi preso, quando vários deputados foram presos, perderam o mandato. Aí agora não vale mais nada?”, criticou.
Zé Neto também mencionou mudanças no entendimento sobre penas de envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro.
“Você pega a pena de Bolsonaro, que era 27 anos, de repente transforma isso em dois anos e pouco. Está tudo errado.”
O parlamentar criticou a manutenção de benefícios ao deputado Eduardo Bolsonaro, que estaria fora do país sem exercer suas funções:
“Como é que Zambelli está presa na Itália sem frequentar e vai ficar recebendo dinheiro público? E o Eduardo Bolsonaro, lá nos Estados Unidos, mantendo assessoria, gasolina, tudo, Eee estava lá articulando ataque ao Brasil, colocou como requisito para acabar com o tarifaço: ‘soltem meu pai’. Como se o Executivo fosse dono do Judiciário”
O deputado demonstrou preocupação com o risco de atraso na votação final da regulamentação da Reforma Tributária, que precisa ser concluída ainda este ano para entrar em vigor em 2026.
Ele lembrou a participação ativa de frentes parlamentares no texto aprovado.
“Eu sou vice-presidente da Frente do Empreendedorismo e da Frente do Comércio. Trabalhei muito nessa reforma.”
Para Zé Neto, a crise interna na Câmara está travando o que realmente importa ao país: “Pergunte o que adianta pro povo brasileiro tudo isso aí. Nada.”
Indicados ao STF e turbulência no Senado
Sobre a escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Zé Neto acredita que a decisão deve ficar para 2025:
“Eu acho que esse murmurinho todo deve empurrar a indicação para o ano que vem. Tem que acalmar a turbulência no Senado.”
Ele citou o recuo do governo e a possibilidade de manutenção de Jorge Messias, atual advogado-geral da União, como nome preferencial.
Relação internacional e tarifas com os EUA
O deputado ainda comentou a recente sinalização de Donald Trump de revogar sanções ao Ministro Alexandre de Moraes e rever medidas do tarifaço que prejudicariam o Brasil:
“Olha aí agora o Trump recuando do tarifaço, não tinha sentido nenhum punir o Brasil.”
Segundo ele, Lula tem buscado equilíbrio nas relações diplomáticas.
“Se não puder ser grande amigo, também não vai ser inimigo. Vamos trabalhar com equilíbrio, respeitando os EUA e todos os países.”
Zé Neto defendeu que o Congresso aprove as pautas econômicas antes do recesso.
“Temos mais uma, no máximo duas semanas de trabalho. Vamos ver se a gente sai dessa turbulência e traz ao povo brasileiro um presente de Natal: votações importantes para o seu dia a dia.”
O deputado finalizou pedindo serenidade: “O Brasil vive o menor desemprego da história, a menor inflação em décadas, saiu do mapa da fome. Vamos pegar esse vento bom e empurrar o Brasil pra frente. A disputa política não pode prejudicar quem quer trabalhar.”







