Terapia hiperbárica acelera recuperação de queimaduras e reduz riscos, explicam especialistas
Cada sessão dura entre uma hora e uma hora e meia, e a quantidade de sessões varia conforme a gravidade e extensão da queimadura.
Em entrevista ao programa Cidade em Pauta, da Rádio Nordeste FM, a enfermeira hiperbarista Cíntia Costa e a dermatologista Dra. Rebeka Galvão esclareceram como a terapia hiperbárica tem se destacado como aliada no tratamento de queimaduras, especialmente neste período junino, quando aumentam os acidentes com fogos de artifício e fogueiras.
“A oxigenoterapia hiperbárica consiste na administração de oxigênio a 100% em uma pressão superior à atmosférica, o que favorece a recuperação dos tecidos queimados, diminui a inflamação, melhora a microcirculação, alivia a dor e acelera o processo de cicatrização”, explicou Cíntia Costa. A especialista acrescentou que o tratamento é eficaz não só para queimaduras térmicas, mas também químicas, elétricas e por radiação.
Segundo a Dra. Rebeka Galvão, o uso da terapia hiperbárica tem impacto direto na redução de complicações graves.
“A oxigenoterapia atua na fase inflamatória, tem efeito bactericida, reduz edemas e ajuda na regeneração celular. Isso contribui para evitar infecções, que são a principal causa de morte em pacientes com queimaduras, e também reduz o tempo de internação e a necessidade de cirurgias”.
As especialistas explicaram que o tratamento é indicado especialmente a partir das queimaduras de segundo grau e em casos de grandes áreas atingidas.
“A partir de 20% da área corporal queimada, a terapia hiperbárica já é altamente recomendada. Quanto mais cedo iniciar, melhor a resposta, especialmente nas primeiras 12 a 24 horas, quando o organismo entra em estado inflamatório intenso”, destacou Cíntia.
A Dra. Rebeka ressaltou ainda os benefícios estéticos: “As cicatrizes tendem a ficar mais tênues, mais delicadas, e também observamos melhora da hipercromia, algo muito importante em áreas nobres como rosto e mãos”.
Apesar da sofisticação do tratamento, as contraindicações são poucas e específicas, como problemas pulmonares graves, patologias auditivas, ou condições cardíacas avançadas.
“É um procedimento de baixo risco e com muitos benefícios”, frisou Cíntia.
Crianças e idosos também podem ser tratados com segurança. “Temos inclusive câmaras individuais onde a mãe pode entrar com a criança, caso ela seja muito pequena. Para idosos, é muito seguro, salvo em casos de demência avançada”, completou.
Cada sessão dura entre uma hora e uma hora e meia, e a quantidade de sessões varia conforme a gravidade e extensão da queimadura. O paciente é avaliado constantemente por um médico hiperbarista que ajusta o protocolo conforme a resposta clínica.
“O tratamento é adjuvante, ou seja, faz parte de um plano terapêutico mais amplo que pode incluir curativos avançados, antibióticos, enxertos e suporte nutricional. É fundamental a integração entre dermatologia, enfermagem e demais áreas da saúde para garantir uma recuperação eficiente e com menos sequelas”, destacou a dermatologista.
A Clínica Hiperbárica Feira, localizada na Avenida Sampaio, nº 523, no centro da cidade (próximo à rodoviária), oferece o serviço durante toda a semana em horário comercial e aos sábados até às 13h. A unidade atende diversos planos de saúde e também realiza parcerias com hospitais públicos e privados, ajudando na desospitalização precoce dos pacientes.
“As queimaduras exigem atenção imediata. Lave a área afetada com água corrente por 15 a 20 minutos, evite gelo e não aplique nenhum produto. Retire anéis e roupas com cuidado e procure assistência especializada o quanto antes”, alertou Cíntia.
Para mais informações, os interessados podem seguir o perfil @hiperbaricafeira nas redes sociais.