Jornada Mundial da Juventude

É possível enriquecer em Portugal? Moradores de Lisboa relatam suas experiências

O custo de vida é um dos desafios

04/08/2023 10h27
É possível enriquecer em Portugal? Moradores de Lisboa relatam suas experiências
Foto: Divulgação/JMJ

Com a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) ocorrendo em Lisboa, a capital portuguesa chamou a atenção de diversos lugares do mundo. A respeito da situação de vida, alguns moradores pontuaram desafios que precisam ser enfrentados ao ser residente no local, como questões econômicas.

Uma das participantes, nascida em Portugal, destacou que não se sente satisfeita com o cenário atual do país. A jovem, que preferiu não se identificar, aponta que deseja ver melhorias na educação e segurança pública. Além disso, ela salienta que o custo de vida no país está alto. A nação tem o salário mínimo de 760 euros.

“O custo de vida aqui está muito alto, a comida está cara, tudo está caro. O salário mínimo vem com descontos, então fica 600 e alguma coisa. Não dá para morar bem, essa vida é feita para viver com alguém, nunca sozinho. Com um salário mínimo não dá para pagar uma casa, fazer compras e comprar coisas para nós”, pontua.

A moradora também ressalta que o aluguel custa em torno de 800 euros, ultrapassando o salário mínimo, sendo viável apenas se for dividido com outra pessoa. Além disso, ela destaca que sente vontade de mudar de país.

Os desafios também foram comentados por Lucimário Silva, brasileiro natural de Juazeiro, que mora em Lisboa desde 2019, onde trabalha com a imprensa.

O baiano foi para o país europeu pela primeira vez em 2007, mas precisou retornar para sua terra natal por problemas familiares. No Brasil, ele trabalhou em Petrolina, até o final de 2019, quando pediu demissão e voltou para Portugal, buscando sempre melhorias para o seu núcleo familiar, pois Lucimário é casado e possui dois filhos.

Foto: Jorge Biancchi

“A dificuldade maior aqui é ter que correr atrás de trabalho, pois aqui, em termos de salário, nem sempre é muito alto. E outros problemas de valores, como o aumento rápido das coisas e questões de imigração, a demanda e procura de muita coisa acaba tornando nossa vida um pouco complicada aqui”, relata o profissional, que atua prestando serviços para uma produtora de mídia e uma emissora de TV.

Apesar dos desafios no cenário econômico do país, o comunicador destaca que ficou satisfeito com a educação pública do lugar, que teve impacto positivo para os seus filhos.

“O pessoal precisa descobrir que hoje em dia aqui em Portugal já não se pode pensar em vir com intuito de ganhar muito dinheiro e enriquecer. As coisas mudaram muito aqui, dá para vir e viver bem, conseguir uma boa educação para os filhos, o poder de compra é maior. É vir para ter uma vida boa e mais tranquila, sem violência, com boa educação e alimentação. Para enriquecer não, mas para viver bem aqui é um bom lugar”, destaca.

*com informações de Jorge Biancchi, direto de Lisboa

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