Projeto capacita educadores para trabalhar com literatura e produtos midiáticos em sala de aula
Projeto é gratuito e acontece no Centro de Cultura Amélio Amorim, em Feira de Santana
Estão abertas as inscrições para o projeto “Ler a Tela, Ver o Texto: Oficina de Letramento Midiático”, que oferece oficinas gratuitas para capacitar educadores na análise formal de linguagens como quadrinhos, cinema e televisão, para que possam melhor trabalhar a adaptação de obras literárias clássicas para essas mídias em sala de aula. O projeto é direcionado a professores de português e literatura, formados ou estudantes de graduação ou pós em Letras, e pessoas de outras áreas com projetos em literatura ou contação de história.
O objetivo é ajudar os educadores a estimular em sala de aula o interesse e a curiosidade pela literatura através da conexão com a cultura midiática, contribuindo para uma melhor formação desses educadores na linguagem formal dessas mídias. As inscrições estão abertas até o dia 19 de abril, através do site https://www.leratelaverotexto.com/. Estão disponíveis cerca de 60 vagas.
Todas as aulas da oficina acontecem de forma presencial no Centro de Cultura Amélio Amorim (CCAAm), entre os dias 27 de abril e 12 de maio. Além das oficinas, o projeto conta com uma palestra aberta ao público conduzida por Alana El Fahl, professora de Literaturas Portuguesa e Brasileira da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), intitulada “Autoria e expressão individual no processo de adaptação literária”. A palestra acontece no dia 12 de abril, das 14h30 às 18h, também no CCAAm,
A iniciativa é capitaneada pelo professor João Araújo, Doutor em Comunicação pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Universidade Federal da Bahia e membro do grupo de pesquisa em Análise de Teleficção (a-tevê). Natural de Feira de Santana, João conta que desde a adolescência adorava ler revistas em quadrinhos e assistir filmes e séries. Seu contato ficou ainda mais intenso ao pesquisar e entender toda a estrutura por trás de um produto midiático e reconhecer que o hobby da juventude pode também ser porta para uma carreira profissional.
“Hoje nos vemos imersos em uma cultura midiática na qual os jovens chegam à escola com uma imensa bagagem: games, filmes, séries, HQs, mídias sociais, e tudo o que há entre e além disso. Também cresce o número de livros adaptados para cinema e TV. Com esse projeto queremos aprofundar e difundir a linguagem que compõe o universo audiovisual e das HQs, para além da narrativa, analisando ângulos, colorização, layout de página, movimentos de câmera, edição e montagem, sonorização, cenários, figurinos e tudo o mais que constitui esses conteúdos”, destaca João, que também ministra as aulas das oficinas com a colaboração do professor Marcelo Lima.
O projeto se destaca ainda por seu potencial multiplicador. A ideia de formar professores se dá justamente para que possam trabalhar com essas ferramentas em sala de aula, incentivando nos alunos o gosto pela literatura a partir da aproximação com mídias com as quais tendem a se sentir mais à vontade e capacitando jovens para o mercado de trabalho.