Saúde

Oxigenoterapia hiperbárica revoluciona tratamentos odontológicos, apontam especialistas

A terapia hiperbárica tem grande utilidade em casos odontológicos complexos.

22/08/2025 19h40
Oxigenoterapia hiperbárica revoluciona tratamentos odontológicos, apontam especialistas

O quadro Saúde em Pauta recebeu o cirurgião implantodontista Dr. Jorge Mahatma para uma entrevista especial sobre a oxigenoterapia hiperbárica e sua aplicabilidade na odontologia. A conversa foi conduzida pela médica nutróloga Dra. Aline Jardim, que destacou a relevância do tema para a saúde da população.

Durante a entrevista, Dr. Jorge explicou como conheceu o tratamento:

“Tive contato com a oxigenoterapia hiperbárica a partir do meu trabalho em estomatologia em Feira de Santana, onde atendi por seis anos. Nesse período, em parceria com outros profissionais, conheci a Dra. Cíntia Costa, enfermeira hiperbarista, que nos apresentou a possibilidade de encaminhar pacientes para esse tipo de tratamento, com resultados muito positivos na recuperação”, afirmou.

Segundo o especialista, a terapia hiperbárica tem grande utilidade em casos odontológicos complexos.

“Ela atua muito bem em pacientes que passaram por radioterapia de cabeça e pescoço, em procedimentos de extrações, além de contribuir para cicatrização e prevenção de necroses ósseas maxilares”, destacou.

O cirurgião explicou que a oxigenoterapia funciona como terapia adjuvante, fortalecendo os tratamentos convencionais.

“Hoje acreditamos que a monoterapia já não é suficiente. A hiperbárica vem como complemento, melhorando o prognóstico dos pacientes”, acrescentou.

Um dos pontos mais abordados foi a osteorradionecrose, complicação tardia em pacientes submetidos à radioterapia.

“Nesses casos, o osso perde a capacidade de se remodelar por conta da redução do fluxo sanguíneo. A oxigenoterapia hiperbárica melhora a formação de vasos e a nutrição da região, favorecendo a cicatrização e prevenindo lesões”, explicou Dr. Jorge.

O especialista também detalhou o protocolo utilizado: “Em pacientes de risco, realizamos 20 sessões antes da cirurgia e 10 depois”, esclareceu.

Ele ressaltou ainda a importância da pesquisa científica. “No meu mestrado, estou analisando o perfil dos pacientes atendidos e os resultados obtidos, o que contribui para consolidar ainda mais a aplicabilidade da terapia”, disse.

A Dra. Aline Jardim reforçou que a terapia está disponível em Feira de Santana tanto pela rede privada quanto pelo SUS.

“Atendemos mais de 19 planos de saúde e também recebemos pacientes do SUS, encaminhados pelo Estado. O tratamento é feito com toda a estrutura e humanização, sem distinção entre quem chega pela rede pública ou privada”, destacou.

Apesar dos benefícios, Dr. Jorge alertou que nem todos os pacientes podem realizar o tratamento.
“Pacientes com DPOC, histórico de pneumotórax não tratado ou claustrofobia, por exemplo, precisam de avaliação criteriosa antes de iniciar a terapia”, explicou.

Dra. Aline reforçou a importância de ampliar o conhecimento sobre o tema.

“Poucas pessoas sabem que esse tratamento existe, que ele é oferecido em nossa cidade e que pode ser acessado também pelo SUS. É uma tecnologia que acelera o processo de cura e traz qualidade de vida”, concluiu.

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