A aparência de cansaço no olhar, marcada por pálpebras pesadas, bolsas de gordura e sobrancelhas caídas, pode impactar não apenas a estética, mas também a saúde visual e a autoestima. Em entrevista ao programa Jornal do Meio Dia, a oftalmologista Dra. Larissa Marques esclareceu as principais causas do chamado “olhar cansado” e como a plástica ocular pode oferecer uma solução eficaz para melhorar o bem-estar físico e emocional dos pacientes.

“O olhar cansado é uma queixa muito frequente no consultório de plástica ocular. Os pacientes chegam relatando que estão com o olhar mais triste, pesado, e muitas vezes escutam de outras pessoas perguntas como ‘você está com sono?’”, contou Dra. Larissa. Segundo ela, o problema pode ser causado por excesso de pele, bolsas de gordura, ptose palpebral (queda da pálpebra) ou alteração no supercílio, e esses fatores podem aparecer tanto em pessoas idosas quanto em jovens, especialmente por predisposição genética.

A especialista explicou que o olhar cansado pode ter origem apenas estética ou estar ligado a questões funcionais, quando há comprometimento do campo visual.

“Quando esse excesso de pele ou ptose começa a afetar o eixo visual, isso já configura uma doença e precisa de tratamento, podendo até justificar a necessidade de cirurgia.”

Apesar de mais comum em pacientes mais velhos, Dra. Larissa alerta que o problema pode surgir em jovens.

“Pacientes a partir dos 30 anos, por exemplo, já podem ter bolsas de gordura ou um leve grau de ptose palpebral, que deixam o olhar mais triste e sem aquela energia de um olhar aberto.”

A repercussão estética do olhar cansado, segundo a oftalmologista, vai muito além da vaidade.

“Isso afeta diretamente a autoestima. Muitos pacientes dizem que estão bem, mas todo mundo pergunta se eles estão cansados ou tristes. Essa diferença entre o que se sente e o que se aparenta pode impactar a autoconfiança, a vida pessoal e até o desempenho no trabalho.”

Sobre as opções de tratamento, Dra. Larissa destacou que a avaliação precisa ser individualizada: “Alguns pacientes precisam apenas de blefaroplastia superior, outros de cirurgia nas bolsas inferiores ou correção da ptose. Também há casos em que é necessário tratar a sobrancelha caída.”

A plástica ocular, explica a médica, é uma subespecialidade da oftalmologia que trata não só questões estéticas, mas também doenças das pálpebras, vias lacrimais e órbita.

“Nós tratamos tumores de pálpebras, realizamos reconstruções, corrigimos alterações de cílios e até diagnosticamos doenças sistêmicas como linfomas e doenças autoimunes por meio da avaliação da órbita e pálpebras.”

Além das cirurgias, há tratamentos não invasivos, como uso de laser de CO2, radiofrequência, toxina botulínica e preenchedores para os pacientes mais jovens.

“Para quem quer postergar a cirurgia, esses recursos melhoram muito a aparência e a qualidade da pele na região ocular.”

Segundo a especialista, a cirurgia é indicada quando há prejuízo na visão ou sintomas associados.

“Se o paciente tem dor de cabeça constante por usar os músculos da testa para tentar levantar a pálpebra e enxergar melhor, ou se tem uma sombra permanente no campo visual, é sinal de que a cirurgia é necessária para restaurar a qualidade de vida e a visão.”

Dra. Larissa também comentou sobre os estigmas em torno da plástica ocular: “Há um mito de que é uma cirurgia apenas para idosos, e muitos pacientes querem esperar os 50 ou 60 anos, mesmo com indicação precoce. É importante entender que não se trata só de estética, mas de saúde.”

Para quem identifica os sintomas, mas adia o tratamento por medo ou descaso, a médica deixou um alerta.

“Essa ideia de que se você não vai ao médico, não tem problema, é perigosa. Precisamos nos olhar no espelho e gostar do que vemos. A autoestima influencia diretamente em muitos aspectos da vida, como o trabalho e os relacionamentos. O olhar cansado tem solução.”

Dra. Larissa Marques atende na Clinos Hospital de Olhos, tanto na unidade do Centro quanto no Shopping Boulevard, em Feira de Santana. Mais informações podem ser encontradas no Instagram: @dralarissamarques.oftalmo.

“Vale a pena se consultar e avaliar se há necessidade de tratamento. Um olhar mais aberto, com energia e brilho, pode transformar a forma como você se vê e como o mundo te vê”, conclui a especialista.