A modelo Yasmin Brunet trouxe à tona uma condição que afeta milhões de mulheres, muitas vezes sem diagnóstico: o lipedema. A doença, que só foi reconhecida oficialmente há cerca de dois anos, foi o tema da entrevista da nutróloga Dra. Aline Jardim. A médica explicou os sintomas, diagnóstico e tratamento dessa enfermidade que tem se tornado cada vez mais discutida por especialistas e na mídia.

“É uma doença inflamatória do tecido gorduroso, que atinge principalmente os membros inferiores, como pernas e quadris, de forma simétrica. Causa dor, desconforto, sensação de inchaço e alterações estéticas, levando muitas mulheres a se esconderem atrás de roupas largas”, explicou Dra. Aline.

A médica lembrou o caso de Yasmin Brunet, que relatou ter vergonha das pernas antes mesmo de saber que tinha lipedema.

“Ela não sabia que tinha a doença, mas já sentia vergonha das pernas. Dentro do Big Brother, sem os cuidados que tinha fora, o quadro inflamou e ficou visível para todos”, pontuou.

Segundo Dra. Aline, essa é a realidade de muitas mulheres. “Mesmo com mais informação na mídia, encontramos mulheres que só buscam ajuda quando a dor ou o incômodo se tornam insuportáveis”, acrescentou.

Entre os sintomas mais comuns, a médica destacou:

• Dor e sensação de peso nas pernas
• Manchas roxas sem causa aparente
• Desproporção entre a parte superior e inferior do corpo
• Inchaço constante ao final do dia
• Dificuldade para fechar botas ou calças na panturrilha

“O diagnóstico é essencialmente clínico, baseado em conversa e exame físico. Solicitamos alguns exames para excluir outras doenças, mas não há ainda um teste específico para lipedema”, esclareceu.

A doença é classificada por estágios (de 1 a 4) e regiões afetadas, podendo atingir também braços e até o abdômen em casos mais graves.

“Quanto mais cedo o tratamento começar, melhor a qualidade de vida da paciente. O lipedema não tem cura, mas tem controle”, frisou.

Dra. Aline também chamou atenção para um dado importante: lipedema não está necessariamente ligado à obesidade.

“Há mulheres magras que sofrem com a doença. Por isso, confundir lipedema com sobrepeso pode atrasar o diagnóstico e o tratamento correto”, alertou.

O tratamento do lipedema é multidisciplinar e envolve alimentação anti-inflamatória, prática de atividade física, drenagens linfáticas especializadas e, em casos indicados, lipoaspiração.

“A alimentação é a base do controle da doença. Evitar açúcar e alimentos inflamatórios é essencial. Usamos azeite de oliva, abacate, castanhas e muito peixe na dieta. O estresse e a má qualidade do sono também são gatilhos inflamatórios”, explicou.

Sobre os exercícios, ela enfatiza: “Musculação é fundamental para ganhar massa magra, mas natação também ajuda muito, pois a água promove a drenagem natural. Já massagens comuns não são indicadas em fases mais inflamadas, é necessário um profissional qualificado.”

A médica destacou que a lipoaspiração não é um procedimento estético comum para essas pacientes: “Ela visa remover o tecido gorduroso doente. Muitas mulheres sentem um grande alívio na dor após a cirurgia, mas isso não significa que a doença está curada. É uma condição crônica que exige cuidados contínuos.”

Dra. Aline Jardim atua no Instituto da Plástica, em Feira de Santana, que oferece um tratamento completo para lipedema.

“Temos equipe com nutrólogo, fisioterapeutas especializadas, biomédica e tecnologia de ponta. Cada caso é avaliado individualmente para traçar o melhor plano de ação. Já temos inúmeros casos de sucesso”, contou.

Ela finalizou com um convite: “Se você percebe que tem dores nas pernas, inchaços constantes, manchas roxas ou uma desproporção corporal que não melhora com dieta e exercício, procure ajuda. O lipedema pode ser controlado, e você pode voltar a ter qualidade de vida.”

Para saber mais, acesse o Instagram da médica (@draalineardim) ou do instituto (@institutodaplasticafeira).