Lipedema e saúde mental: Nutróloga alerta sobre impactos e importância do diagnóstico no Setembro Amarelo
Diagnóstico precoce e acompanhamento contínuo são fundamentais no tratamento
Durante sua participação no quadro Saúde em Pauta, a nutróloga Dra. Aline Jardim destacou a importância de compreender o lipedema não apenas como uma condição estética, mas também como um fator que pode afetar significativamente a saúde mental das mulheres. O alerta foi feito dentro da campanha Setembro Amarelo, dedicada à prevenção do suicídio e à valorização da vida.
“É só quem vive, quem sofre com essa doença, que entende como ela impacta a saúde mental. Muitas mulheres se sentem diferentes das outras, limitadas para trabalhar, para vestir uma roupa ou até mesmo para socializar”, explicou a médica.
De acordo com Dra. Aline, o lipedema é uma doença caracterizada pelo acúmulo desproporcional de gordura em regiões específicas do corpo, como pernas, coxas, quadris e, em alguns casos, braços e panturrilhas.
“É uma gordura inflamada, nodular, que muitas vezes se confunde com celulite, mas não é. Além do aspecto estético, causa dor, sensação de peso e limitações físicas”, destacou.
A médica explicou ainda que o lipedema é simétrico, ou seja, afeta sempre os dois membros. A condição tem graus de evolução: do estágio 1, mais leve, até o estágio 4, quando a mulher enfrenta limitações sérias, inclusive para caminhar.
A doença ainda está em processo de estudo, mas, segundo a especialista, já se sabe que o lipedema envolve fatores genéticos, hormonais e de estilo de vida.
“Muitas mulheres relatam que, desde a adolescência, já percebiam pernas mais grossas que as das amigas. A condição pode se manifestar em fases de alteração hormonal, como puberdade, gravidez ou menopausa”, explicou Dra. Aline.
O impacto na autoestima é um dos pontos mais críticos. “Essas mulheres se sentem diferentes, frustradas por não conseguirem mudar o aspecto das pernas, mesmo com dieta ou cirurgia bariátrica. Essa frustração pode levar a quadros de ansiedade e depressão”, afirmou.
Ela destacou ainda que, muitas vezes, as pacientes acreditam que sofrem apenas de inchaço ou retenção de líquidos, quando na verdade enfrentam uma doença crônica.
Segundo Dra. Aline, o diagnóstico precoce é fundamental. O tratamento deve envolver um plano alimentar adequado, atividade física de baixo impacto, como hidroginástica e natação, e, em alguns casos, uso de medicação específica, sempre com acompanhamento médico.
“Não existe um protocolo único. Cada paciente é diferente. É preciso avaliar histórico, hábitos, genética e até mesmo a saúde intestinal e o sono. O acompanhamento contínuo é essencial porque o lipedema, assim como a obesidade, é uma doença crônica”, frisou.
A nutróloga fez questão de relacionar o tema à campanha de prevenção ao suicídio.
“O Setembro Amarelo nos lembra da importância de abraçar essas pacientes. Mostrar que elas não estão sozinhas, que há tratamento e acompanhamento disponíveis. Precisamos cuidar da saúde física, mental e espiritual de forma integrada”, concluiu.