Izaianni Risco, psicóloga e especialista em endometriose, compartilhou sua inspiradora jornada de superação e seu trabalho dedicado a ajudar outras mulheres que enfrentam essa doença. Em entrevista ao programa Jornal do Meio Dia (rádio Princesa FM), ela destacou os desafios do diagnóstico e tratamento da endometriose, além de sua experiência pessoal e profissional.

“A endometriose é uma doença que afeta muitas mulheres, e a demora no diagnóstico é um fato. A literatura médica atual diz que entre 10% e 20% das mulheres têm endometriose, mas médicos atuantes acreditam que pelo menos metade da população feminina pode ter a doença,” afirmou.

Ela contou que reconheceu seus sintomas aos 15 anos, mas só recebeu o diagnóstico oficial em 2020. “Eu demorei pelo menos 12, 13 anos para ter um diagnóstico. Foram muitos anos de sofrimento, com sintomas variados,” relatou.

Após uma cirurgia inicial que não trouxe resultados positivos, Izaianni encontrou um médico especialista, que a operou em São Paulo.

“Foi quando de fato tive a cura da doença, em fevereiro de 2023. A endometriose é uma má formação genética e tem um tratamento específico que pode curar a doença em 99% dos casos,” explicou.

Além dos desafios físicos, Izaianni destacou o impacto emocional da endometriose.

“A endometriose não afeta apenas o corpo, mas também a mente. A doença pode gerar uma inflamação sistêmica que afeta o cérebro, causando sintomas emocionais como depressão e ansiedade,” disse ela.

Formada em psicologia desde 2017, Izaianni agora se especializa em saúde da mulher, com foco na endometriose.

“Eu trabalhava com vários públicos, principalmente a população negra e questões de gênero. Com meu diagnóstico de endometriose, passei a estudar mais a fundo a doença e hoje sou especializada em saúde da mulher,” contou.

Izaianni também abordou a questão dos estigmas sociais e médicos em torno da endometriose.

“Muitas mulheres são vistas como exageradas ou fracas por procurarem frequentemente o pronto-socorro. Há um estigma muito grande e muitos médicos ainda minimizam os sintomas,” afirmou.

Em seu trabalho como psicóloga, Izaianni oferece suporte emocional e psicoeducação para mulheres com endometriose.

“Muitas pacientes chegam ao meu consultório desesperançosas, achando que estão loucas. Eu estudo diariamente para oferecer o máximo de suporte e mostrar que existe solução,” disse ela.

Izaianni organiza grupos psicoterapêuticos para tornar o tratamento acessível a mais mulheres.

“Esses grupos ajudam as mulheres a entender que seus sintomas não são imaginários e que há tratamento. É um espaço de acolhimento e apoio,” explicou.

Para as mulheres que perderam a esperança, Izaianni deixa uma mensagem de encorajamento: “Existe cura para a endometriose em pelo menos 99% dos casos. Você não está louca, e não é coisa da sua cabeça. Procure apoio especializado e saiba que há solução.”

Interessadas em acompanhar o trabalho de Izaianni Risco podem encontrá-la nas redes sociais como @endopsii. Ela usa suas plataformas para divulgar informações, realizar lives com especialistas e fortalecer a comunidade de mulheres que enfrentam essa doença.