Saúde

Envelhecer com saúde: Cardiologista destaca importância do preparo físico, emocional e financeiro para a terceira idade

Em 2030, estima-se que o Brasil terá mais de 50 milhões de idosos, superando a população jovem.

09/09/2025 11h16
Envelhecer com saúde: Cardiologista destaca importância do preparo físico, emocional e financeiro para a terceira idade

O Momento IDM Cardio desta semana trouxe uma reflexão sobre o envelhecimento saudável. O médico cardiologista Dr. Cláudio Rocha destacou que ser idoso não significa ser velho e que a preparação para essa fase da vida deve envolver corpo, mente, família e também planejamento financeiro.

“Uma paciente me disse: ‘Eu não sou velha, eu sou idosa’. Essa fala me fez refletir sobre a diferença entre envelhecer e ser velho. A idade deve ser apenas um número, não uma limitação para a forma de pensar e viver”, afirmou o médico.

Segundo Dr. Cláudio, o envelhecimento pode ser ativo e positivo, desde que o idoso mantenha objetivos e um propósito de vida.

“Quando a gente vive com objetivos, consegue fazer com que a idade seja apenas um número. O coração pode ter 70 anos, mas a cabeça pode ser de 20, cheia de sonhos e metas”, explicou.

Ele também alertou para os riscos das quedas e de problemas de saúde comuns nessa fase, como infarto e AVC.

“Uma queda no idoso pode ser uma catástrofe, porque muitas vezes leva a fraturas graves e altera completamente a expectativa de vida.”

O cardiologista destacou que o preparo para a velhice vai além do cuidado com a saúde física.

“É fundamental cuidar da mente, manter autonomia e pensar no aspecto financeiro. O idoso é mais caro do que o jovem, porque precisa de mais medicamentos, exames e planos de saúde, que têm custos elevados. Por isso, é preciso se planejar cedo”, ressaltou.

Dr. Cláudio também enfatizou a importância da família no envelhecimento saudável.

“Os idosos que têm a família por perto são os que melhor se alimentam, tomam medicação no horário e vivem com menos ansiedade e depressão. A família é essencial para que o idoso mantenha qualidade de vida”, disse.

Ele criticou a prática de alguns idosos passarem temporadas alternadas na casa de cada filho. “Não existe nada pior do que isso. O idoso perde seus hábitos, seu espaço, sua referência. É preciso respeitar a autonomia dele.”

Com o crescimento da população idosa, Dr. Cláudio alerta para os desafios da saúde pública no Brasil.

“Estamos vivendo uma transição demográfica. Em 2030, teremos mais de 50 milhões de idosos no país, superando a população jovem. O sistema público já está sobrecarregado, principalmente com doenças crônicas como AVC, infarto e câncer”, pontuou.

Segundo ele, o aumento da expectativa de vida exige não só mais investimentos em saúde, mas também maior conscientização sobre cuidados preventivos.

Outro ponto abordado foi a saúde emocional dos idosos, especialmente diante do medo da morte.

“Quando o paciente chega perto dos 80 anos, muitos desenvolvem ansiedade, acreditando que algo inevitável vai acontecer. Além disso, situações como incontinência urinária fazem com que muitos deixem de sair de casa, levando à depressão, que pode ser gatilho para demência”, explicou o médico.

Ele reforçou que o acompanhamento psicológico deve caminhar junto com o tratamento físico. “Não podemos tratar apenas uma pressão alta ou uma arritmia. É preciso entender o ambiente em que o idoso vive, suas emoções e sua rede de apoio.”

Para o cardiologista, envelhecer não deve ser visto como sinônimo de fraqueza ou fim da vida ativa.

“O idoso é apenas um jovem que envelheceu. Se ele sempre foi ativo, responsável e determinado, continuará sendo. O segredo é manter propósitos, autonomia e saúde”, afirmou.

Dr. Cláudio encerrou com uma mensagem otimista: “Podemos envelhecer e jamais ficarmos velhos. Se tivermos saúde, autonomia e mente jovem, podemos chegar aos 90 ou 100 anos com qualidade de vida.”

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