Dores crônicas exigem atenção especializada e mudança no estilo de vida, alerta especialista
Houve um avanço significativo na medicina da dor nos últimos anos.
Em entrevista ao programa Jornal do Meio Dia, o médico especialista em dor, Dr. Maurício Almeida, falou sobre as principais causas, avanços no tratamento e estratégias de prevenção das dores crônicas, condição que afeta milhões de brasileiros e impacta diretamente a qualidade de vida.
“A dor é um alerta do corpo, ela nos protege. Mas quando ultrapassa três meses, passa a ser classificada como dor crônica e merece atenção especializada”, explicou o médico. Segundo ele, é comum que as dores comecem como agudas, provocando uma ida ao médico, mas ao se estenderem por longos períodos, exigem investigação mais profunda e acompanhamento contínuo.
Dr. Maurício destacou que houve um avanço significativo na medicina da dor nos últimos anos.
“Hoje, os protocolos que aplicamos no Brasil são semelhantes aos dos Estados Unidos e da Europa. Estamos utilizando técnicas modernas como a medicina regenerativa, que usa recursos biológicos do próprio corpo, como o sangue e a medula óssea, para tratar articulações, tendões e músculos danificados”, revelou.
Outra inovação destacada pelo especialista foi a neuromodulação não invasiva, que utiliza aparelhos modernos para atuar sobre os nervos e reduzir a dor sem necessidade de cirurgia.
“Essas tecnologias estão mudando completamente a forma como tratamos nossos pacientes. Antes era só receitar analgésico e pronto. Hoje, temos uma gama de ferramentas que nos permitem resultados muito mais eficazes”, afirmou.
Além do aspecto físico, Dr. Maurício também alertou sobre as consequências emocionais e sociais da dor crônica.
“A dor limita o convívio social, a produtividade no trabalho e até a autoestima. Ela interfere no humor e pode estar ligada a traumas físicos e emocionais, doenças inflamatórias, autoimunes e degenerativas”, disse.
Para ele, é fundamental que o tratamento considere todas essas variáveis: “Cada paciente é único. Precisamos avaliar os fatores emocionais, físicos, ambientais e elaborar uma estratégia de tratamento personalizada.”
O especialista defende que a melhor forma de evitar o surgimento de dores crônicas é adotar um estilo de vida saudável.
“Dormir bem, se alimentar corretamente, praticar atividade física regularmente e cuidar da saúde mental são atitudes fundamentais. Muitas das nossas dores são consequências do nosso ritmo de vida”, disse.
Ele ainda explicou que a partir dos 40 anos já começam alterações articulares naturais do envelhecimento, que podem se agravar dependendo da rotina e da profissão exercida.
“Quanto mais cedo adotarmos hábitos saudáveis, melhor será nossa qualidade de vida no futuro”, recomendou.
Para quem já convive com dores crônicas, a boa notícia é que há solução. “A gente consegue, sim, controlar essas dores e devolver qualidade de vida. Não garantimos a cura, mas é possível viver bem. Temos como aliados a fisioterapia, personal trainer, nutricionistas e outros profissionais que ajudam na recuperação funcional e emocional do paciente.”
Com mais de 10 anos dedicados à medicina da dor, Dr. Maurício reforça a importância do atendimento humanizado.
“Muitos pacientes chegam no consultório dizendo que não aguentam mais. Precisamos ouvir, acolher e trabalhar junto para melhorar essa vida. O corpo sempre dá sinais. Quando a dor persiste, é hora de procurar ajuda.”
Dr. Maurício atende no Instituto Médico da Dor, localizado no edifício Premier, na Avenida Getúlio Vargas, em Feira de Santana. “Estamos aqui para acolher. A dor não precisa ser um fardo diário. Procure um especialista e retome sua qualidade de vida.”