Feira de Santana

Do Japão para Feira de Santana: empresária retorna com ideias para transformar o mercado imobiliário

Janeide Xavier compartilha aprendizados sobre tecnologia, mobilidade, sustentabilidade e propósito após imersão no país asiático

06/07/2025 06h08
Do Japão para Feira de Santana: empresária retorna com ideias para transformar o mercado imobiliário

Durante participação no quadro Hora do Empreendedorismo, a empresária e consultora imobiliária Janeide Xavier compartilhou os aprendizados de uma imersão de 17 dias no Japão, destacando como a tecnologia, o respeito à história e a organização urbana podem inspirar mudanças estruturais no Brasil, especialmente em cidades como Feira de Santana, onde atua.

“Eu me considero uma eterna aprendiz. Fui buscar novidades para trazer algo diferente para a nossa Princesa do Sertão”, disse Janeide, ao falar da viagem que fez ao lado do especialista em mercado imobiliário Marcos Araújo, com um grupo de 27 brasileiros, sendo apenas três donos de imobiliárias, os demais, profissionais ligados à construção civil, crédito e inovação.

Janeide se impressionou com a experiência nas chamadas smart cities japonesas.

“Lá, tudo é interligado. Você sai da rua, entra por uma escada rolante, atravessa um shopping e sai do outro lado sem nem perceber. As coisas são feitas para funcionar”, descreveu.

A mobilidade urbana foi outro ponto de destaque. “Se você tem dinheiro ou não, lá você se locomove de metrô, carro, bicicleta ou a pé. Tudo funciona para todos. Isso é inclusão”, ressaltou.

Outro elemento marcante foi o uso da robótica de forma humanizada. “Tem robô, sim. Mas o atendimento é feito com sorriso no rosto. O robô faz o trabalho repetitivo, e a pessoa que antes estava sobrecarregada, agora pode te atender com excelência. A tecnologia está a serviço das pessoas”, afirmou.

Janeide contou ainda que viu obras sendo construídas em três anos, com apenas quatro horas de trabalho por dia.

“São obras limpas, organizadas. Isso me impactou profundamente. A gente precisa trazer essa mentalidade para cá. Como vamos dar manutenção aos prédios daqui a dez anos? Precisamos reinventar o modelo da construção civil.”

Ela defendeu o uso imediato de novas tecnologias no setor: “A tecnologia na construção não é para o futuro. É para ontem.”

Durante a viagem, Janeide refletiu sobre o contraste entre o Japão, que preserva sua história enquanto inova, e o Brasil.

“Aqui, em Feira, a gente está demolindo prédios históricos para construir novos. No Japão, eles integram o antigo ao novo. Isso virou uma chave na minha cabeça. A gente pode construir com base no que já temos, sem destruir nossa memória.”

A empresária também visitou a Expo Osaka 2025, reunindo 198 países para pensar o futuro da humanidade.

“Vi Singapura apresentando vacina para o câncer de próstata. Vi um coração sintético funcionando. É um espaço de ideias, onde o setor público e o privado trabalham juntos”, contou.

Ela relatou a experiência de visitar o estande do Brasil: “Falta essa união aqui. O público e o privado precisam trabalhar juntos. Sem isso, a gente não avança. Falta mentalidade, falta vontade política. Só vamos conseguir mudar se formos juntos.”

Ao ser questionada sobre o que mais aprendeu com a viagem, Janeide foi direta: “Empreender com propósito, em um mundo de mudanças, é escolher navegar com direção em meio às tempestades. O lucro é consequência. O legado é uma decisão.”

Ela afirmou que nunca sonhou ir ao Japão, mas que foi movida pela paixão pelo que faz.

“Quem me levou ao Japão foram os milhares de sonhos que eu tenho com Feira de Santana. Foi a vontade de fazer diferente, de impactar a vida das pessoas com os projetos que desenvolvemos.”

Janeide também comentou a cultura japonesa em relação à educação e responsabilidade individual.

“Lá não tem lixeira na rua. Você cuida do lixo que produz. Vi moradores cantando enquanto separavam resíduos. É um senso de coletividade muito forte. E a pontualidade? Se o restaurante fecha às 7h, não importa se você está comendo: ele vai fechar. Porque tudo funciona em cadeia.”

Ela acredita que essa disciplina e respeito ao coletivo podem ser inspiradoras para o Brasil.

“A excelência deles não vem só da tecnologia, mas da educação. Da forma como tratam o outro. O Japão mostrou que é possível aliar tecnologia com humanidade e é isso que quero trazer para os nossos projetos aqui.”

Janeide deixou uma mensagem clara: “Se hoje tudo é robotizado, que a gente nunca perca a sensibilidade. Quando estiver diante de uma alma humana, ligue o modo humano. Olhe nos olhos, sorria, escute. Porque tem gente que só precisa disso.”

A empresária segue sua jornada de aprendizado: já embarcou para São Paulo e Santa Catarina, onde novos projetos estão sendo planejados com base na experiência adquirida no Japão.

“Depois de uma viagem dessa, a gente não volta igual. A mente se expande e não dá para parar.”

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