Dia Mundial do AVC: um brasileiro morre a cada seis minutos e 80% dos casos poderiam ser evitados, alerta cardiologista
O alerta reforça a importância do Dia Mundial do AVC como momento de conscientização sobre prevenção, diagnóstico e tratamento

Nesta quarta-feira (29), Dia Mundial do AVC (Acidente Vascular Cerebral), o alerta é preocupante: um brasileiro morre a cada seis minutos vítima da doença, que está entre as principais causas de morte no país ao lado do infarto. Segundo dados do Ministério da Saúde, de janeiro a outubro deste ano, 64.471 pessoas morreram em decorrência do AVC, número que reforça o impacto das doenças cardiovasculares, responsáveis por cerca de 30% dos óbitos anuais no Brasil.
Em entrevista ao programa De Olho na Cidade, o cardiologista Dr. Cláudio Rocha destacou que 80% dos casos de AVC poderiam ser evitados com medidas preventivas simples e acompanhamento médico regular.
“O AVC é uma das maiores urgências médicas do país. Ele mata, mas também deixa sequelas graves. E o mais importante: grande parte dos casos pode ser evitada. O cardiologista tem papel fundamental em orientar o paciente sobre prevenção”, explicou o médico.
Dr. Cláudio ressaltou que o AVC é dividido em dois tipos principais: o isquêmico, que ocorre quando um vaso sanguíneo é obstruído (responsável por cerca de 80% dos casos), e o hemorrágico, quando o vaso se rompe, provocando sangramento cerebral.
“As principais causas do AVC isquêmico são colesterol alto, hipertensão, diabetes descompensado e doenças cardíacas. Cerca de 30% dos AVCs têm origem em patologias do coração”, afirmou.
Ele destacou que hábitos de vida saudáveis são essenciais para reduzir os riscos.
“Podemos prevenir o AVC reduzindo o colesterol, controlando a pressão e a glicemia, mantendo o peso ideal e evitando o tabagismo. Tudo isso está ao nosso alcance”, reforçou o especialista.
O médico chamou atenção para o aumento de casos entre pessoas com menos de 45 anos. Segundo dados da Associação Brasileira de AVC, a incidência do tipo isquêmico cresceu 66% entre os brasileiros jovens na última década.
“O AVC não é mais uma doença de idosos. Temos visto cada vez mais jovens com o problema. Isso está relacionado a hábitos modernos, como o uso de drogas, anabolizantes e o cigarro, que alteram a coagulação do sangue e aumentam o risco de hipertensão e AVC”, alertou.
Dr. Cláudio também explicou que o reconhecimento precoce dos sintomas é fundamental para evitar sequelas.
“O AVC acontece de repente. A pessoa está bem e, de uma hora para outra, o lado do corpo começa a paralisar, a fala fica confusa ou a boca entorta. É preciso procurar imediatamente um serviço de emergência. Quanto antes o paciente for atendido, maiores as chances de recuperação”, orientou.
Ele lembrou que existe tratamento eficaz, como a trombólise, que pode desobstruir o vaso sanguíneo e restaurar o fluxo cerebral, desde que o paciente chegue ao hospital nas primeiras horas após o início dos sintomas.
O cardiologista reforçou que cuidar da saúde cardiovascular é a melhor forma de evitar o AVC.
“Controlar a pressão arterial, o diabetes, o colesterol, evitar o sedentarismo e o cigarro são atitudes que salvam vidas. O AVC é limitante, mas pode ser prevenido. O acesso ao tratamento e à informação está cada vez mais fácil. O desafio é mudar o estilo de vida antes que a doença apareça”, concluiu o médico.
O alerta reforça a importância do Dia Mundial do AVC como momento de conscientização sobre prevenção, diagnóstico e tratamento, lembrando que oito em cada dez casos poderiam ser evitados com hábitos saudáveis e acompanhamento médico regular.







