De Olho na Cidade debate alta nos preços dos combustíveis
Especialistas se reúnem para discutir os impactos da precificação
Durante roda de conversa, conduzida por Jorge Biancchi no programa De Olho da Cidade da rádio Sociedade News FM (102.1), especialistas do direito e da economia, debateram sobre a alta dos preços da gasolina e óleo diesel. Presente na discussão, o economista Amarildo Gomes proferiu que todos os preços são afetados pela alta do gás.
“80% dos produtos do Brasil são transportados pelo modal rodoviário, então, logicamente, sempre que sobe os preços dos combustíveis, também altera o preço das outras coisas”, explica. Segundo ele, a pandemia e a guerra da Ucrânia, também criam alterações no preço justo, além da política.
O economista também explica que para se chegar a um ‘preço justo’ também é necessário entender os fatores que influenciam o preço. “São muitos os fatores, o custo da Petrobras, custo de produção, logística, transporte, seguros, crise, dolarização, etc. E ainda tem o componente politico”.
Também presente no debate, o sindicalista Radiovaldo Costa comenta sobre o sistema de produção da Petrobrás, que, segundo ele, não consegue vender mais barato devido ao preço atrelado à dolarização.
“A Petrobrás tem uma grande vantagem no mercado pois é uma empresa integrada, ela é do poço de Petróleo ao poste, ou seja, produz petróleo e gás, refina os produtos com suas próprias refinarias, gera energia através das suas termelétricas, e antes produzia fertilizantes”.
Assim, segundo o sindicalista, mesmo se uma unidade for prejudicada, os lucros das outras são capazes de compensar. Além de que, os produtos transitam entre os setores, por exemplo, se for necessário utilizar gás para as termelétricas, não precisa ser comprado, pois a própria empresa já o produz.
O governo federal já havia decidido alterar a taxa do ICMS para combater os preços altos, contudo, para o economista Amarildo, a solução é ‘um tiro pela culatra’, sendo mais plausível gerar lucro extraordinário para os donos de impostos.
“A lei é boa pois vai rescindir sobre vários produtos, mas nos combustíveis não vai funcionar, pode até abaixar o preço por um tempo, mas não será uma solução definitiva. Apesar de ser ‘um tiro pela culatra’, é melhor que tenha, pois a taxa também baixará em outros produtos”.
Também presente na roda-de-conversa, o advogado Magno Felzemburgh, especialista em direito do consumidor, o quadro do mercado de combustíveis é ainda mais impactante na rotina da população.
Para ele, a redução do ICMS, já é um alívio para a população. “Na ‘caneta’ a lei chegou para favorecer, porque utiliza o índice de preço de 60 meses dos 5 anos e é aplicado em cima do ICMS. Com isso, a expectativa é que haja uma redução na bomba de gasolina para o consumidor”.