Contrações involuntárias da face: neurologista detalha causas e soluções
O tratamento mais efetivo, segundo ele, é a aplicação de toxina botulínica.
O neurologista Dr. Tarsis Farias esclareceu no programa Cidade em Pauta, quadro de neuro reabilitação, o que são espasmo facial e blefaroespasmo e como essas condições afetam a vida dos pacientes, além de explicar os tratamentos mais eficazes.
Segundo o especialista, o espasmo facial se caracteriza por contrações involuntárias dos músculos da face, geralmente causando repuxamento do lábio e fechamento do olho de um dos lados do rosto.
“São pessoas que começam a ter contrações involuntárias do lábio e do fechamento do olho, o que é muito desconfortável, tanto estético quanto funcional”, explicou.
Quanto às causas, ele detalhou que, na maioria dos casos, existe uma alça vascular que envolve o nervo facial, irritando sua condução.
“A causa maior do espasmo facial é justamente essa irritação do nervo por um vasinho dentro do crânio. Mas também pode ocorrer em pacientes com doenças neurológicas específicas, como Parkinson, ou em quem teve paralisia facial”, acrescentou.
O especialista destacou o impacto funcional do espasmo facial: “Pode atrapalhar a visão e a destreza de profissionais que dependem do olho para trabalhar, como dentistas ou cirurgiões, além do desconforto estético e social que provoca”.
Quando questionado sobre tratamentos via oral, Dr. Tarsis foi enfático: “Não há medicação via oral realmente eficaz. Remédios calmantes ou relaxantes musculares podem aliviar um pouco, mas não resolvem o problema. Cremes e massagens também têm efeito limitado.”
O tratamento mais efetivo, segundo ele, é a aplicação de toxina botulínica. “A toxina relaxa os músculos da face afetados, sendo eficaz em cerca de 70 a 75% dos casos. É o que chamamos de tratamento Gold Standard, mas deve ser feita por profissional habilitado para evitar assimetrias ou quedas involuntárias dos músculos.”
O Dr. Farias também comentou sobre o blefaroespasmo, que envolve contrações involuntárias das pálpebras de ambos os lados.
“O blefaroespasmo é mais comprometedor funcionalmente, porque a pessoa pode ter dificuldade para enxergar e isso interfere diretamente na vida diária, como ao dirigir ou trabalhar.”
Apesar de tratamentos alternativos, como fisioterapia ou relaxamento facial, o neurologista reforçou que a eficácia é limitada.
“A fisioterapia pode ser buscada, mas a evidência científica mostra baixa efetividade nesse caso. O tratamento principal continua sendo a toxina botulínica aplicada por especialista.”
Dr. Tarsis Farias atende na Clínica CMO no Edifício Metropolitan Center e na Clínica Argos, na Avenida Maria Quitéria, em Feira de Santana. Pacientes e interessados podem contatar o médico também pelo Instagram @dr.tarsisfarias.
“Tenho mais de 20 anos de experiência com toxina botulínica terapêutica e muitos pacientes com espasmo facial e blefaroespasmo conseguem melhora significativa da qualidade de vida e funcionalidade”, concluiu o neurologista.