Cardiologista esclarece como usar corretamente os medicamentos para hipertensão e evitar efeitos colaterais
A hipertensão pode ser assintomática, o que faz com que muitas pessoas descubram que são hipertensas apenas durante um check-up ou ao medir a pressão por acaso.
A hipertensão, popularmente conhecida como pressão alta, é um problema de saúde que afeta cerca de 30% a 35% dos brasileiros, com números ainda mais alarmantes entre aqueles com mais de 60 anos. Este quadro faz com que a discussão sobre a doença e o uso adequado dos medicamentos para controle da pressão arterial se torne extremamente relevante. O Dr. Israel Reis, cardiologista, trouxe esclarecimentos sobre o tema.
Segundo ele, a hipertensão pode ser assintomática, o que faz com que muitas pessoas descubram que são hipertensas apenas durante um check-up ou ao medir a pressão por acaso.
O uso correto dos medicamentos é crucial para o manejo da hipertensão. Dr. Israel enfatiza que “mais de 95% das vezes, quem tem pressão alta não sente sintoma algum”, o que torna o acompanhamento e a adesão ao tratamento ainda mais essenciais. Ele alerta que muitos pacientes não tomam os medicamentos conforme prescrito, com estudos indicando que pelo menos metade dos hipertensos não usa o remédio da forma adequada.
“É importante que o remédio para o controle da pressão seja usado no horário estabelecido”, explica o cardiologista. Ele detalha que alguns medicamentos devem ser tomados pela manhã, enquanto outros podem ser tomados à noite, dependendo da classe do medicamento e de seu impacto no organismo. Por exemplo, diuréticos, uma classe de medicamentos usados para controle da pressão, geralmente não são prescritos para a noite para evitar interrupções no sono dos pacientes.
Dr. Israel também aborda a frequência de uso de diferentes tipos de medicamentos. “Existem medicações que são prescritas de 8 em 8 horas, outras de 12 em 12 horas e algumas apenas uma vez ao dia”, explica. A escolha do medicamento e a frequência com que deve ser tomado dependem da meia-vida do remédio e das necessidades específicas do paciente.
Sobre a administração de múltiplos medicamentos, ele orienta: “O ideal é que o paciente possa tomar todas as medicações no mesmo momento, se não houver contraindicações específicas”. Isso ajuda a garantir que o paciente siga o tratamento corretamente e evite esquecer de tomar alguma medicação ao longo do dia.
Dr. Israel também compartilha uma dica prática: “Espalhe as cartelas de medicamento em lugares diferentes, como no carro, na bolsa, ou no trabalho. Isso garante que você tenha sempre acesso à medicação, mesmo em situações imprevistas, como viagens”.
O cardiologista discute os efeitos colaterais dos medicamentos para hipertensão, como a tosse seca causada por inibidores da ECA e o inchaço nas pernas associado a alguns tipos de medicação. Ele destaca que “existem várias classes de medicamentos para pressão, e cada uma tem suas características e possíveis efeitos colaterais”. A escolha do medicamento deve ser feita com cuidado, levando em consideração as necessidades individuais e as contraindicações.
“A hipertensão é uma doença séria e pode levar a complicações graves como infarto e AVC”, alerta Dr. Israel. Portanto, a adesão correta ao tratamento e a monitorização regular da pressão arterial são fundamentais para a saúde cardiovascular.