Saúde

Câncer de intestino: especialista alerta para crescimento da doença entre jovens e reforça importância da prevenção

Prevenção, informação e mudanças no estilo de vida são, segundo o especialista, as armas mais eficazes contra o câncer de intestino nos dias de hoje.

21/07/2025 14h49
Câncer de intestino: especialista alerta para crescimento da doença entre jovens e reforça importância da prevenção

A morte da cantora Preta Gil, aos 50 anos, em decorrência de complicações de um câncer no intestino, reacendeu o alerta sobre a gravidade e os riscos dessa doença. Em entrevista ao Jornal do Meio Dia, o médico radioncologista Dr. Gustavo Mota explicou os desafios no diagnóstico precoce e os fatores que vêm contribuindo para o aumento dos casos, especialmente entre pessoas mais jovens.

“Foi uma perda precoce, sem dúvida, e uma grande tristeza para todos. Infelizmente, o câncer de intestino é uma doença traiçoeira, porque não possui um marcador específico que facilite o diagnóstico precoce, como ocorre com o PSA no câncer de próstata ou a mamografia no de mama”, afirmou o especialista.

Dr. Gustavo destacou que a principal forma de detectar o câncer de intestino é por meio da colonoscopia, exame que deve ser feito, em regra, a partir dos 50 anos.

“No entanto, para quem tem histórico familiar, esse exame precisa começar aos 45. O grande problema é que, muitas vezes, o diagnóstico só é feito quando a doença já está em estágio avançado, como aconteceu com a Preta Gil.”

O médico também comentou sobre o aumento preocupante da incidência da doença entre pessoas com menos de 50 anos.

“Temos observado esse crescimento em nossa prática clínica. Cada vez mais jovens estão sendo diagnosticados com câncer de intestino. Estudos mostram um aumento de até 70% na incidência entre esse público. Isso nos faz questionar: por que isso está acontecendo?”, pontuou.

Segundo ele, fatores como estresse, má alimentação e sedentarismo estão entre os principais responsáveis por esse cenário.

“A forma como vivemos hoje contribui bastante para isso. Nossa alimentação está cheia de produtos industrializados e com agrotóxicos, e o intestino absorve tudo isso. Ao longo do tempo, esses elementos tóxicos podem desencadear o câncer”, alertou.

Entre 2001 e 2005, o câncer de intestino era o sétimo mais comum entre homens e mulheres. Mas a previsão para o período entre 2026 e 2030 é alarmante: a doença deve ocupar a terceira posição, atrás apenas dos cânceres de estômago e pulmão.

“Isso é realmente assustador. Precisamos repensar nossos hábitos de vida para tentar reduzir esses riscos. Enquanto não tivermos marcadores eficazes para diagnóstico precoce, como temos no caso do câncer de próstata, o melhor caminho continua sendo a prevenção e isso começa por escolhas mais saudáveis no nosso dia a dia”, reforçou o Dr. Gustavo.

O médico reforçou a importância do debate sobre o tema: “Fico sempre à disposição para discutir esse assunto e alertar a população. Que a perda da Preta Gil nos leve a refletir sobre a necessidade do cuidado com a saúde intestinal e a importância da prevenção”.

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