Saúde

Ansiedade pode afetar o coração e causar palpitações, alerta cardiologista

O estilo de vida acelerado tem contribuído para o aumento dos casos de ansiedade e, consequentemente, das queixas de palpitações cardíacas.

26/10/2025 18h24
Ansiedade pode afetar o coração e causar palpitações, alerta cardiologista

Durante o quadro Momento IDM Cardio, o cardiologista Dr. Sérgio Rocha falou sobre os impactos da ansiedade nas batidas do coração e destacou a importância de reconhecer os sintomas e buscar ajuda médica.

Segundo o especialista, o estilo de vida acelerado tem contribuído para o aumento dos casos de ansiedade e, consequentemente, das queixas de palpitações cardíacas.

“Vivemos uma época em que o imediatismo prevalece. As pessoas querem respostas rápidas, estão sempre com o celular na mão, até fora do trabalho. Isso aumenta o nível de ansiedade e, com ela, a liberação de substâncias que podem alterar os batimentos do coração”, explicou o médico.

O Dr. Sérgio observou que as palpitações são um dos sintomas mais frequentes nos consultórios, especialmente entre mulheres jovens, na faixa dos 30 aos 40 anos.

“Elas chegam dizendo: ‘Doutor, estou com medo de infartar’. E é importante entender que nem toda palpitação é causada pela ansiedade. Esse é um diagnóstico de exclusão, feito após descartar outras causas cardíacas”, ressaltou.

O cardiologista destacou que exames simples, como o eletrocardiograma, podem identificar se as palpitações são benignas ou indicam arritmias mais sérias. Ele também mencionou o papel dos relógios inteligentes como ferramenta auxiliar no diagnóstico.

“Esses dispositivos ajudam muito. Já tive pacientes que registraram o batimento no momento da palpitação e trouxeram o eletro impresso. Assim, conseguimos avaliar exatamente o que ocorreu”, contou.

Controlar a ansiedade, segundo o médico, é um dos maiores desafios da vida moderna.

“Dizer a um paciente para ‘não ficar ansioso’ é fácil, mas quem vive isso sabe como é difícil. Por isso, é fundamental buscar ajuda psicológica e, em alguns casos, o acompanhamento psiquiátrico”, orientou.

Além do apoio profissional, o Dr. Sérgio recomenda a prática de atividades físicas e a adoção de hobbies como formas de aliviar o estresse.

“Quando você está correndo, jogando bola ou malhando, não pensa nos problemas. Isso serve como uma válvula de escape”, destacou.

O cardiologista reforçou que a ansiedade e o estresse são reconhecidos como fatores de risco para doenças cardiovasculares, podendo, inclusive, desencadear um infarto.

“Quando estamos estressados, o corpo libera adrenalina e outras substâncias que podem contrair as artérias do coração. Já houve casos de pessoas que infartaram após fortes emoções, como assistir a um jogo de futebol”, exemplificou.

De acordo com o Dr. Sérgio, o alto índice de ansiedade no Brasil é refletido no consultório.

“Mais de 70% dos pacientes que chegam ao cardiologista se queixam de sintomas como dor no peito, falta de ar ou cansaço. Quando investigamos, percebemos que muitos desses sintomas estão ligados à ansiedade e ao estresse”, relatou.

O médico também destacou a importância da espiritualidade e da mudança de prioridades na vida.
Ele compartilhou o relato de uma paciente que, após enfrentar um câncer, passou a valorizar mais o presente e a reduzir o estresse.

“Ela me disse: ‘Hoje não me importo se a conta está devedora. Aprendi que a vida é o mais importante’. Muitas pessoas só desaceleram depois de uma doença grave, mas deveríamos fazer isso antes”, comentou o especialista.

Para o Dr. Sérgio Rocha, manter a mente equilibrada e o coração tranquilo é essencial para uma vida longa e saudável.

“Precisamos aprender a viver o presente. A ansiedade é o excesso de futuro. Devemos cuidar do hoje, com fé, equilíbrio e atenção à nossa saúde mental e cardíaca”, concluiu.

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