Saúde

Agosto Laranja reforça conscientização sobre esclerose múltipla e destaca avanços no tratamento

O ponto alto da mobilização acontece no Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, celebrado neste sábado, 30 de agosto

30/08/2025 18h02
Agosto Laranja reforça conscientização sobre esclerose múltipla e destaca avanços no tratamento
Imagem: Freepik/Reprodução

O mês de agosto é marcado pela campanha Agosto Laranja, dedicada à conscientização sobre a esclerose múltipla (EM). O ponto alto da mobilização acontece no Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, celebrado neste sábado, 30 de agosto. A data busca ampliar o conhecimento da população sobre a doença, incentivar o diagnóstico precoce e valorizar o acesso a tratamentos modernos, além de reforçar a importância dos serviços hospitalares especializados.

De acordo com estimativas, cerca de 40 mil pessoas vivem com esclerose múltipla no Brasil, com uma prevalência média de 8,7 casos para cada 100 mil habitantes.

A neurologista Patrícia Schettini explica que a esclerose múltipla é uma condição autoimune e crônica que afeta o sistema nervoso central, comprometendo cérebro e medula espinhal.

“O próprio sistema imunológico ataca a bainha de mielina, que é a camada de proteção dos nervos responsáveis por conduzir os sinais elétricos entre o cérebro e o corpo. Quando essa bainha é danificada, essa comunicação fica lentificada ou até bloqueada, levando aos sintomas característicos da doença”, detalha.

Segundo a especialista, os primeiros sinais podem ser sutis e variados, já que a doença afeta o sistema nervoso em áreas e momentos diferentes.

“Entre os principais sintomas de alerta estão alterações visuais, como visão embaçada ou perda de visão em um dos olhos, formigamento em braços, pernas ou face, fraqueza muscular, fadiga intensa, desequilíbrio, dificuldade de coordenação motora e até problemas cognitivos iniciais, como falta de concentração e lapsos de memória”, pontua.

Ela reforça que o diagnóstico precoce é decisivo para o controle da doença.

“Permite iniciar rapidamente o tratamento modificador, reduzindo a frequência das crises, retardando a progressão da incapacidade e melhorando o prognóstico a longo prazo”, afirma.

Nos últimos anos, as opções terapêuticas disponíveis no Brasil têm se tornado mais modernas e eficazes.

“Hoje já existem terapias orais, medicações de alta eficiência, além de tratamentos de infusão periódica em hospitais-dia, que oferecem praticidade e melhor controle da doença”, explica Dra. Patrícia.

Esses avanços, segundo ela, têm proporcionado maior qualidade de vida aos pacientes.

“Houve redução significativa nas taxas de surtos, menor risco de progressão da incapacidade, além de melhor adesão ao tratamento, permitindo que muitos mantenham suas atividades sociais, profissionais e acadêmicas”, acrescenta.

Para além da medicação, o acompanhamento deve envolver uma equipe multiprofissional.

“O neurologista coordena o tratamento, mas o fisioterapeuta, o fonoaudiólogo, o psicólogo, o psiquiatra, o terapeuta ocupacional e o nutricionista têm papéis fundamentais. Essa integração garante um cuidado mais completo, ajudando a controlar sintomas, preservar a autonomia e melhorar a qualidade de vida do paciente”, ressalta.

*Com informações da repórter Isabel Bomfim

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