Ação com cerca de 200 fazendeiros que resultou na morte de indígena na Bahia foi planejada pelo WhatsApp
Caso aconteceu no último domingo (21) após fazendeiros e comerciantes cercaram a área tentaram recuperar a propriedade que estava ocupada por indígenas.
A ação que resultou na morte da indígena Maria de Fátima Muniz de Andrade, irmã do Cacique Nailton Muniz Pataxó, foi organizada por 200 fazendeiros através do WhatsApp, em grupo intitulado “Invasão Zero”. As informações foram confirmadas pelo Ministério dos Povos Indígenas (MPI) nesta segunda-feira (22).
Além da morte da dela, outros indígenas também foram baleados. A mobilização aconteceu Fazenda Inhuma, na região de Potiraguá, no sul da Bahia. A área foi ocupada pelos indígenas no último domingo (20) por ser considerada de ocupação tradicional. pelos Pataxó hã-hã-hãe.
Segundo o MPI, uma mensagem foi distribuída através do aplicativo de mensagens para convocar os fazendeiros em caráter de “urgência”,com o objetivo de reintegrar a propriedade que havia sido ocupada. No grupo também foi marcado um ponto de encontro no Rio pardo, na entrada de Pau Brasil, próximo à região. Dois fazendeiros e um indígena foram detidos pela Polícia Militar.
O caso é investigado pela delegacia de Itapetinga, com o acompanhamento da Diretoria Regional de Polícia do Interior (Dirpin/Sudoeste-Sul). O MDI, Secretaria da Segurança Pública (SSP) e o Governo do estado também se mobilizam no caso.
Após o caso, a Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA), a Defensoria Pública da União e o Ministério Público Federal assinaram uma nota conjunta para manifestar preocupação com a inércia dos governos estadual e federal diante da violência contra povos indígenas na Bahia.
*Metro1