Política

Corregedor-geral nega pedido de Bolsonaro de retirar minuta golpista de investigação

A defesa do ex-presidente afirmou que pelo documento de teor golpista não ter sido encontrado na residência dele, não deveria estar na investigação

08/02/2023 09h21
Corregedor-geral nega pedido de Bolsonaro de retirar minuta golpista de investigação
Foto: Reprodução/Alejandro Zambrana/Secom/TSE

O corregedor-geral eleitoral da Justiça Eleitoral e ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, nesta terça-feira (7), negou o pedido feito pela defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-ministro da Casa Civil, Braga Netto (PL), que solicitou a retirada da minuta golpista na investigação que apura o discurso adotado pelos dois contra o sistema eleitoral em 2022.

O documento em questão foi encontrado na residência do ex-ministro da Justiça e ex-Secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, durante um mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal (PF), no dia 10 de janeiro. A defesa do ex-presidente alega que o documento não foi encontrado em sua casa, e, por isso, não deve ser incluído na investigação.

A minuta foi incluída na investigação contra Bolsonaro por conta de uma solicitação do PDT, que acusou o ex-chefe de Estado de abuso de poder político, assim como uso indevido dos meios de comunicação, no mesmo período em que começou a realizar ataques infundados ao sistema eleitoral brasileiro.

No documento em que negou o pedido, Gonçalves também lamentou a situação do cenário político brasileiro atual, em que planos de teor golpista surgem com cada vez mais frequência.

“Nessa reflexão, cabe constatar, não sem tristeza, que os resultados das eleições presidenciais de 2022, embora fruto legítimo e autêntico da vontade popular manifestada nas urnas, se tornaram alvo de ameaças severas. Passado o pleito, a diplomação e até a posse do novo presidente da República, atos desabridamente antidemocráticos e insidiosas conspirações tornaram-se episódios corriqueiros”, afirmou o magistrado.

“São armas lamentáveis do golpismo dos que se recusam a aceitar a prevalência da soberania popular e que apostam na ruína das instituições para criar um mundo de caos onde esperam se impor pela força.”

*Metro 1

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