Economia

Haddad defende aumento de impostos para super-ricos e diz que concentração de renda atingiu nível “inimaginável”

Durante evento do Brics no Rio, ministro afirmou que alíquotas caíram drasticamente desde os anos 1970 e elogiou atuação do STF no caso do IOF

05/07/2025 12h46
Haddad defende aumento de impostos para super-ricos e diz que concentração de renda atingiu nível “inimaginável”
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta sexta-feira (4) a elevação de impostos para os super-ricos. Segundo ele, houve uma queda significativa nas alíquotas cobradas dessa parcela da população global desde os anos 1970, o que contribuiu para o aumento da desigualdade.

“A partir de meados dos anos 1970 e 1980, houve uma redução muito grande das alíquotas de impostos cobrados dos super-ricos, praticamente em todo o mundo. Isso precisa ser repensado”, disse durante a 10ª Reunião Anual do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics, realizada no Rio de Janeiro.

Haddad afirmou que a concentração de renda no mundo chegou a níveis “inimagináveis”, citando que 3 mil famílias detêm cerca de US$ 15 trilhões em um planeta com 8 bilhões de habitantes.

O ministro também comentou sobre o cenário fiscal global, marcado por restrições mesmo diante da possível queda das taxas de juros. Para ele, as finanças públicas continuam pressionadas, especialmente em países em desenvolvimento. “Ainda temos um quadro fiscal bastante preocupante, tanto no mundo desenvolvido quanto nos países devedores em moeda forte, como nações da África, da Ásia e da América do Sul”, afirmou.

Antes do discurso, Haddad concedeu entrevista na qual elogiou decisões recentes do Supremo Tribunal Federal (STF), como a suspensão dos decretos sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. O magistrado também convocou uma audiência de conciliação entre o Executivo e o Congresso, marcada para o dia 15 de julho.

Para o ministro, a medida busca definir os limites constitucionais de atuação de cada Poder. “A decisão do ministro Alexandre busca esse caminho de mostrar até que ponto cada Poder pode ir. Isso é ótimo para o país”, avaliou Haddad, negando qualquer crise institucional no momento.

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