A neurologista Dra. Patrícia Schettini destacou a importância da Neurologia Integrativa no cuidado preventivo com o cérebro e na promoção da longevidade com qualidade de vida. Durante entrevista ao programa De Olho na Cidade, ela abordou os principais fatores que impactam a saúde neurológica ao longo da vida e anunciou a criação do Instituto Schettini, projeto que une medicina personalizada e cuidado multidisciplinar.

“As doenças neurológicas exigem alto custo de tratamento e comprometem muito a qualidade de vida. Precisamos nos antecipar aos problemas”, afirmou a médica.

Dra. Patrícia explicou que a Neurologia Integrativa está diretamente ligada à medicina da qualidade de vida e à prevenção.

“É uma medicina baseada na antecipação. Ela considera a alimentação, o sono, o gerenciamento do estresse, o comportamento. Tudo isso impacta no surgimento de doenças. Nosso objetivo é agir antes da doença se instalar.”

Segundo ela, as doenças neurológicas mais frequentes com o envelhecimento, como demência e Parkinson, podem ser prevenidas ou ter seus impactos reduzidos com mudanças de hábitos.

“Hoje temos catalogadas mais de 15 mil doenças crônicas e por que elas ocorrem? São hábitos ruins, qualidade de vida baixa. Então, por que não intervir nisso antes de o problema surgir?”

Alimentação, sono, sedentarismo e estresse são apontados como os principais vilões da saúde cerebral.

“A saúde do cérebro não pode ser dissociada do corpo. Hoje se fala muito sobre inflamação crônica de baixo grau, que é provocada por maus hábitos e pode ser o ponto de partida para várias doenças”, afirmou a neurologista.

Ela alertou para o uso excessivo de telas como um dos maiores inimigos da saúde cognitiva.

“O pensamento acelerado, o uso do celular até tarde da noite, tudo isso prejudica o sono e é durante o sono que a memória é processada. Sem sono de qualidade, não há memória de qualidade.”

“Existe sim um segredo para manter o cérebro jovem: bons hábitos. Exercício físico é fundamental. O cérebro precisa de músculo funcionando. Também é preciso estimular a plasticidade cerebral com jogos, leitura, convívio social. Não se trata apenas de fazer alguma atividade, mas de estimular de forma eficaz”, pontuou Dra. Patrícia.

Ela contou, inclusive, sobre um paciente que a marcou recentemente. “Atendi um senhor de 101 anos, lúcido, caminhando com alguma dificuldade, mas recusou a cadeira de rodas. Entrou no consultório sozinho. Isso mostra que é possível envelhecer bem.”

Instituto Schettini: uma proposta inovadora

Durante a entrevista, a neurologista revelou a criação do Instituto Schettini, que será inaugurado em julho, no Edifício Ícone, na Av. Getúlio Vargas, em Feira de Santana.

“É um grande sonho que estou colocando em prática. O Instituto vai integrar Neurologia com outras especialidades, atendendo o paciente como um todo, desde as mínimas queixas. Queremos evitar que ele chegue a quadros graves.”

O projeto é também uma homenagem ao pai da doutora, o neurocirurgião Dr. Joseli Schettini, que atuou em Feira de Santana desde 1979 e faleceu em 2021.

“Esse era um sonho que ele já alimentava quando o Edifício Ícone foi lançado. Trabalhar juntos, pai e filha. Não deu tempo de realizar isso com ele, mas agora o Instituto leva nosso nome e a nossa missão adiante”, disse.

No encerramento, Dra. Patrícia deixou uma mensagem clara: “Se quisermos viver muito e bem, precisamos cuidar desde já da alimentação, do sono, da saúde intestinal, do estresse, da atividade física. Envelhecer com qualidade não é sorte, é escolha e a Neurologia Integrativa pode ser uma grande aliada nesse caminho.”