Saúde

Entre a TPM e a menopausa: Ginecologista esclarece dúvidas sobre o climatério

O climatério é uma fase de transição que pode começar até dez anos antes da menopausa

24/05/2025 18h04
Entre a TPM e a menopausa: Ginecologista esclarece dúvidas sobre o climatério

Na edição mais recente do quadro Mulheres em Pauta, no programa Cidade em Pauta da Rádio Nordeste FM, a ginecologista Dra. Márcia Suely falou sobre um tema que ainda gera muitas dúvidas e é cercado de tabus: o climatério. A médica compartilhou experiências pessoais, explicou as diferenças entre climatério e menopausa e alertou sobre os sintomas físicos e emocionais que muitas vezes são confundidos com outras condições, como depressão e fibromialgia.

“O climatério é uma fase de transição que pode começar até dez anos antes da menopausa”, explicou Dra. Márcia. “É quando o corpo da mulher começa a se preparar para o fim da fase reprodutiva. No meu caso, os primeiros sintomas surgiram aos 42 anos, mesmo eu só entrando na menopausa aos 50”.

Segundo a ginecologista, é nessa fase que surgem sintomas como alterações no sono, irritabilidade, depressão, queda da libido, aumento de peso inexplicável, ressecamento vaginal e até dores nas articulações.

“É como se fosse uma adolescência ao contrário. Tudo muda: corpo, mente, emoções. A diferença é que, além de passar por tudo isso, a gente ainda está pagando boleto e trabalhando”, brincou a médica.

A médica destacou que muitas mulheres demoram a identificar que estão passando pelo climatério e, por isso, acabam buscando ajuda em áreas erradas.

“Atendi uma paciente usando seis antidepressivos, completamente dopada, quando o problema era hormonal. Três meses depois do tratamento correto, ela já estava usando apenas dois, sendo um deles só quando necessário”, relatou.

Sintomas que merecem atenção

Dra. Márcia listou os sintomas mais comuns do climatério, como:

Além disso, dores articulares e sintomas semelhantes aos da fibromialgia também podem estar relacionados ao climatério.

“Muitas pacientes chegam ao consultório com diagnósticos de doenças que, na verdade, são manifestações dessa fase da vida”, alertou a médica.

Diagnóstico e tratamento

Questionada sobre como diagnosticar o climatério, a especialista esclareceu: “O diagnóstico é, na maioria das vezes, clínico. Observamos os sintomas e fazemos o acompanhamento. Alguns exames hormonais, como o FSH, ajudam, mas precisam ser interpretados com cuidado, dependendo da fase do ciclo menstrual em que forem feitos”.

O tratamento, segundo ela, vai além da reposição hormonal. “É preciso olhar para o metabolismo, para a alimentação, para o sono. Tudo influencia. Cada mulher precisa ser acompanhada de forma personalizada, com escuta, empatia e conhecimento”.

A médica concluiu o programa com um apelo: “Nós, profissionais de saúde, precisamos ouvir mais nossas pacientes. E vocês, mulheres, não aceitem o sofrimento como algo natural dessa fase. O climatério existe, tem tratamento e é possível passar por ele com saúde e bem-estar”.

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