Feira de Santana

Vice-presidente do sindicato hoteleiro destaca inovação como chave para o setor em Feira de Santana

Vice-presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes de Feira de Santana, Marcelo Alexandrino afirma que o setor hoteleiro tradicional precisa se reinventar constantemente para competir com novas formas de hospedagem, como os imóveis ofertados por plataformas digitais.

20/07/2025 18h37
Vice-presidente do sindicato hoteleiro destaca inovação como chave para o setor em Feira de Santana
Foto: Divulgação/Prefeitura de Feira

Em entrevista ao quadro Hora do Empreendedorismo no programa Jornal do Meio Dia, o empresário e vice-presidente do Sindicato de Hotéis, Bares e Restaurantes de Feira de Santana, Marcelo Alexandrino, refletiu sobre o futuro da hotelaria diante do avanço das plataformas digitais, como Airbnb, Booking e Expedia. Segundo ele, essas ferramentas já fazem parte da rotina do setor há muitos anos e, ao contrário do que muitos pensam, não representam necessariamente uma ameaça — desde que o setor tradicional saiba se adaptar.

“O nosso grupo foi um dos primeiros em Feira a se cadastrar no Booking, há cerca de 12, 13 anos. Hoje, quase todos os hotéis da cidade já utilizam essas plataformas. A novidade agora é o avanço das hospedagens de curto prazo, os chamados short stay, que diferem bastante da hotelaria tradicional”, explica Alexandrino.

Marcelo destacou as diferenças entre os modelos. “Na hotelaria tradicional, o cliente tem previsibilidade. Sabe que encontrará recepção 24 horas, padrão de quarto, limpeza diária e café da manhã. Já o short stay oferece apartamentos, muitas vezes residenciais, com menos serviços. A limpeza, por exemplo, é feita apenas ao final da estadia e não há café da manhã.”

Para ele, os dois modelos podem coexistir. “O importante é entender o perfil do cliente. A hotelaria tradicional continua muito forte no turismo de negócios, que é o principal perfil de Feira de Santana. Durante a semana, a cidade tem alta demanda. Nos fins de semana, a ocupação naturalmente cai.”

Alexandrino estima que Feira de Santana tenha cerca de 5 mil leitos na rede hoteleira formal, com taxa de ocupação média entre 62% e 67%. Segundo ele, novos empreendimentos estão sendo planejados, mas a preocupação não é com a chegada do short stay em si, e sim com o volume de unidades a serem ofertadas em curto espaço de tempo.

“A cidade tem crescido e a economia também. Se o crescimento da oferta vier acompanhado de um aumento na demanda, não teremos problemas. Mas é preciso planejamento. Quando grandes hotéis chegam a uma cidade, sempre há um período de adaptação”, pondera.

Para se manter competitivo, Marcelo acredita que é necessário investir constantemente em inovação, renovação da estrutura física e marketing digital.

“Hotel é como mulher: precisa estar sempre jovem. Reformamos recentemente a suíte presidencial do Atmosfera Hotel. Temos que estar antenados com as mudanças. Hoje, 90% das reservas vêm de plataformas digitais. E não adianta só estar lá, é preciso trabalhar o relacionamento com o cliente. Fidelizar é essencial. O cliente que vem por meio da plataforma precisa querer voltar diretamente com você.”

Ele citou uma palestra do CEO da Expedia que o marcou: “Ele disse: ‘eu trago o cliente para você pela primeira vez, mas se ele voltar pela plataforma, a culpa é sua, porque eu te dei o nome, o e-mail e o telefone dele. Faça seu trabalho’”.

Apesar das vantagens, Marcelo reconhece que as comissões cobradas pelas plataformas digitais afetam a margem de lucro. “As comissões não são baratas. Por isso, o ideal é fidelizar o cliente para que ele retorne direto com o hotel. Toda empresa precisa trabalhar isso: conquistar o cliente e manter.”

Segundo ele, o grupo que comanda avalia também o mercado de short stay. “Não dá para ignorar. Estamos estudando esse mercado e, se houver oportunidade, podemos atuar também com essa modalidade. Mas é preciso planejamento.”

Ele alerta quem deseja investir em hotelaria: “Pesquise antes. A diária de hotel é um produto perecível. Se você não vender hoje, perdeu. Hotelaria exige investimento alto e retorno a longo prazo — entre oito a doze anos. Não dá para entrar nesse setor sem entender localização, demanda, e custo-benefício.”

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