Vereador denuncia suspensão do desjejum para alunos da rede municipal; líder do governo justifica corte
O líder do governo ressaltou que a medida não será permanente.
O vereador Professor Ivamberg (PT), presidente da Comissão de Educação da Câmara Municipal de Feira de Santana, denunciou na tribuna da Casa, na última quinta-feira (13), a suspensão do café da manhã para os alunos da rede municipal de ensino. Segundo ele, diversas famílias relataram a interrupção da refeição matinal, o que, na sua avaliação, compromete a aprendizagem das crianças e adolescentes.
“Nós recebemos denúncias no nosso mandato e, como presidente da Comissão de Educação, da suspensão do dejejum das escolas municipais. Os pais estão preocupados porque muitas crianças têm na escola sua única refeição e saem de casa sem tomar o café da manhã, esperando que tenham essa alimentação na unidade de ensino”, afirmou Ivamberg.
O parlamentar classificou a medida como “um absurdo” e cobrou providências. “A condição cognitiva da criança não se desenvolve a contento sem alimentação. A Secretaria recebe a verba do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) por aluno, e claro que estados e municípios fazem complementação, mas não se pode suprimir essa refeição de jeito nenhum”, pontuou.
Em resposta às denúncias, o líder do governo na Câmara, vereador José Carneiro (União Brasil), defendeu a decisão da Prefeitura e explicou que o corte foi motivado pela necessidade de adequação financeira. Segundo ele, a Secretaria de Educação identificou que o desperdício de alimentos era maior no desjejum e, diante do aumento dos custos da merenda escolar, optou pela suspensão temporária da primeira refeição.
“O município historicamente gastava em média 20 milhões de reais com a merenda escolar, mas, em 2024, o contrato chegou a 80 milhões. O governo federal repassa cerca de 8 milhões por ano, e a diferença tem que ser coberta com recursos próprios do município. Então, enquanto não se adequa a questão financeira, houve o corte do desjejum”, explicou José Carneiro.
O líder do governo ressaltou que a medida não será permanente. “Isso não é uma posição definitiva. O contrato foi reduzido de 80 para 50 milhões, mas o município ainda arca com 42 milhões de reais. A Secretaria está buscando equilíbrio financeiro para garantir a continuidade da merenda”, afirmou.
*Com informações da repórter Isabel Bomfim