Vacinação e prevenção: ginecologista alerta para riscos do câncer de colo de útero
O Ministério da Saúde estima que, entre 2023 e 2025, aproximadamente 17.000 mulheres serão diagnosticadas com a doença.
O câncer de colo de útero é o terceiro tipo mais incidente entre as mulheres no Brasil e causa cerca de 6.000 mortes por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O Ministério da Saúde estima que, entre 2023 e 2025, aproximadamente 17.000 mulheres serão diagnosticadas com a doença. Para falar sobre a importância da conscientização e da vacinação contra o vírus HPV, principal causador desse tipo de câncer, a ginecologista Dra. Ariele Angel participou do programa Jornal do Meio Dia, na Rádio Princesa FM.
“O câncer de colo de útero está associado em 99% dos casos ao HPV, que é um vírus de transmissão sexual e altamente prevalente na nossa sociedade. É um assunto de saúde pública, porque é o terceiro câncer que mais mata mulheres no Brasil, ficando atrás apenas do câncer de pele não melanoma e do câncer de mama”, destacou a médica.
A Dra. Ariele explicou que o HPV (papilomavírus humano) tem diferentes tipos, sendo alguns de baixo risco, que causam verrugas genitais, e outros oncogênicos, que podem levar ao câncer.
“O HPV de alto risco pode causar lesões pré-cancerígenas que, se não tratadas, evoluem para o câncer de colo de útero. O problema é que, na maioria dos casos, a infecção não apresenta sintomas e só é descoberta quando já há uma lesão avançada”, alertou.
A principal forma de prevenção contra o HPV e o câncer de colo de útero é a vacinação. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza gratuitamente a vacina quadrivalente para meninas e meninos de 9 a 14 anos.
“A adesão ainda é muito baixa, porque há muitos mitos em torno da vacina, como a ideia de que ela pode estimular a iniciação sexual precoce. Na verdade, é uma vacina que previne o câncer, e os pais precisam entender a importância de levar seus filhos para se vacinar”, reforçou a ginecologista.
Além da vacinação, o exame preventivo (Papanicolau) é essencial para o diagnóstico precoce.
“O exame deve ser feito anualmente por todas as mulheres, mesmo as que já foram vacinadas. Ele permite identificar lesões precoces e iniciar o tratamento antes que o câncer se desenvolva”, explicou.
Nos estágios iniciais, o câncer de colo de útero geralmente não apresenta sintomas, o que torna os exames preventivos ainda mais importantes.
“Quando os sintomas aparecem, o câncer já pode estar avançado. Entre os sinais de alerta, estão sangramento após a relação sexual, perda de peso significativa e presença de uma massa pélvica palpável”, detalhou a Dra. Ariele.
O tratamento varia de acordo com o estágio da doença. “Se o câncer for identificado precocemente, as chances de cura são muito altas e o tratamento é menos agressivo. Mas, se já houver metástase, o quadro se torna mais complicado”, ressaltou a especialista.
A Dra. Ariele Angel reforçou a necessidade de informação e prevenção. “Pais, levem seus filhos para se vacinar. A vacina previne não só o câncer de colo de útero, mas também outros tipos associados ao HPV, como os de vagina e ânus. Além disso, mulheres devem manter seus exames preventivos em dia”, enfatizou.
Para mais informações sobre atendimento e dúvidas, a médica disponibiliza seu Instagram (@dra.arieleferreira), onde compartilha conteúdos sobre saúde da mulher.