“Um bom pré-natal muda o curso da gestação e da vida”, alerta especialista
Os exames de imagem são essenciais para garantir a saúde da mãe e do bebê em todas as fases da gestação.
No mês dedicado às mães, um tema que emociona e informa ganha espaço especial: a jornada da gestação — do teste positivo ao primeiro choro do bebê. A médica ultrassonografista Dra. Larissa Matos destacou os principais exames de imagem que acompanham essa fase marcante na vida da mulher e da família.
“Cuidar da chegada de uma criança é um momento marcante, nervoso, especialmente na primeira gestação, quando a apreensão costuma ser maior. Mas, com o tempo, a maternidade vai se tornando mais leve”, completou.
Segundo a médica, os exames de imagem são essenciais para garantir a saúde da mãe e do bebê em todas as fases da gestação.
“Podemos listar alguns fundamentais: o ultrassom transvaginal, o morfológico do primeiro e segundo trimestres, os obstétricos com Doppler e o morfológico do terceiro trimestre.”
Dra. Larissa explicou o cronograma ideal desses exames:
- Ultrassom transvaginal – entre 7 e 8 semanas, para confirmar a gestação, verificar se é tópica (dentro do útero) e fazer a datação.
- Ultrassom morfológico do primeiro trimestre – entre 12 e 13 semanas e 6 dias, para avaliar riscos de doenças cromossômicas e pré-eclâmpsia.
- Ultrassom obstétrico (descoberta do sexo e mais) – entre 16 e 18 semanas, para avaliar muito além do sexo, como desenvolvimento fetal.
- Ultrassom morfológico do segundo trimestre – entre 20 e 24 semanas, com a avaliação do colo do útero (cervicometria) para rastrear risco de parto prematuro.
- Ultrassom morfológico do terceiro trimestre – entre 28 e 32 semanas, além dos exames obstétricos com Doppler mensais para acompanhar o crescimento fetal.
A médica destacou que o ultrassom morfológico é um exame mais detalhado, feito em períodos específicos, com a finalidade de avaliar toda a anatomia do bebê, placenta, fluxo sanguíneo (Doppler), e identificar possíveis doenças ou riscos, como a pré-eclâmpsia. “É um exame que pode mudar o rumo de toda a gestação”, ressaltou.
Avanços tecnológicos também foram mencionados como aliados nesse processo. “Hoje conseguimos tratar dentro do útero. Bebês com defeitos de coluna, por exemplo, podem ser operados ainda na barriga. Há casos de hérnia diafragmática e cardiopatias em que podemos intervir e oferecer uma sobrevida e qualidade de vida melhor ao bebê.”
Esses avanços, segundo Dra. Larissa, são frutos de estudos contínuos e do aprimoramento dos equipamentos.
“A ciência avançou muito. Temos aparelhos que oferecem uma imagem excelente e diagnósticos mais precisos, o que traz segurança às gestantes.”
Entre os avanços, um se destaca pela médica: o rastreio precoce da pré-eclâmpsia. “Hoje conseguimos detectar essa condição no primeiro morfológico e iniciar tratamento com ácido acetilsalicílico, reduzindo drasticamente os riscos. Isso muda o curso da gestação e da vida da família.”
Ela relembrou, emocionada, a perda de uma familiar há 15 anos em decorrência da doença. “Na época, nem sabíamos que ela estava com pré-eclâmpsia. Infelizmente, ela faleceu na hora do parto. Ainda perdemos mães por isso. Por isso, o diagnóstico precoce é essencial.”
Dra. Larissa fez um alerta às gestantes, especialmente as de alto risco: “Façam um bom pré-natal e exames de qualidade. Isso muda completamente o curso da sua gestação e da sua vida. O risco não é só para a mãe, mas também para o bebê, principalmente em casos de prematuridade extrema.”