Toxina botulínica é aliada no tratamento de sequelas neurológicas, explica neurologista
especialista destacou os benefícios do procedimento para pacientes com limitações motoras e explicou como a substância age no sistema nervoso.

O neurologista Dr. Társis Farias participou do quadro Neuroreabilitação em Pauta, no programa Cidade em Pauta, da Nordeste FM, para falar sobre o uso da toxina botulínica no tratamento de sequelas neurológicas. O especialista destacou os benefícios do procedimento para pacientes com limitações motoras e explicou como a substância age no sistema nervoso.
“A toxina botulínica é uma substância produzida por uma bactéria, que atua bloqueando a comunicação entre o nervo e o músculo na chamada placa motora. Dessa forma, o músculo que estaria contraindo de maneira inadequada é paralisado parcialmente, o que traz benefícios terapêuticos para o paciente”, explicou o neurologista.
Segundo Dr. Társis, o uso da toxina começou no tratamento de estrabismo, quando se observou que ela ajudava a reduzir contrações musculares involuntárias.
“A partir daí, descobriu-se que ela também poderia ser utilizada em outras condições, especialmente em sequelas neurológicas que causam espasticidade, que é a rigidez muscular provocada por lesões no sistema nervoso”, detalhou.
Entre as situações mais comuns que se beneficiam do uso da toxina estão sequelas de acidente vascular cerebral (AVC), distonias (contrações musculares involuntárias), espasmos faciais e até salivação excessiva em alguns pacientes com doenças neurológicas.
“O paciente com sequela de AVC, por exemplo, pode ter o braço ou a perna enrijecidos, o que dificulta o movimento e até tarefas simples, como trocar de roupa. Quando aplicamos a toxina nesses músculos, conseguimos relaxá-los, facilitando o trabalho da fisioterapia e a execução dos movimentos”, explicou o médico.
O neurologista destacou que o tratamento deve ser indicado e acompanhado por um profissional habilitado.
“É importante que o paciente ou a família procurem um neurologista com experiência nesse tipo de procedimento. A toxina não devolve totalmente o movimento perdido, mas melhora a qualidade de vida e a funcionalidade”, alertou.
Sobre a aplicação, Dr. Társis explicou que, atualmente, o uso de ultrassom e eletromiografia tornou o procedimento mais preciso.
“Antigamente, aplicávamos com base apenas na anatomia palpável. Hoje, com o ultrassom, conseguimos visualizar o músculo exato, aplicar menos doses e obter resultados mais eficazes”, pontuou.
O tratamento é contínuo, com aplicações periódicas. “Em média, a cada três ou quatro meses é necessário repetir a aplicação para manter o efeito terapêutico. Em alguns casos, o paciente pode evoluir e deixar de precisar do uso, mas, na maioria, é um tratamento sequencial, como uma fisioterapia que ocorre em intervalos regulares”, explicou.
Os benefícios, segundo o neurologista, são visíveis tanto para o paciente quanto para a família e os cuidadores.
“Temos casos de pessoas que, após o tratamento, conseguiram voltar a apoiar o calcanhar no chão, vestir uma roupa com mais facilidade ou reduzir o desconforto causado por contrações involuntárias. São ganhos que impactam diretamente na autonomia e na qualidade de vida”, afirmou.
O Dr. Társis Farias realiza atendimentos na Clínica CMO, localizada no edifício Metropolitan Center, 7º andar, e também na Clínica Argos, na Avenida Maria Quitéria, em Feira de Santana.
“Nosso objetivo é devolver funcionalidade e conforto aos pacientes com sequelas neurológicas, sempre com segurança e acompanhamento especializado”, concluiu.






