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Tendências 2025: arquiteta fala sobre o futuro da arquitetura com autenticidade, afeto e natureza

Em entrevista ao Home News, ela destacou as principais tendências do setor, o impacto do evento no mercado e defendeu uma arquitetura mais afetiva

04/06/2025 19h30
Tendências 2025: arquiteta fala sobre o futuro da arquitetura com autenticidade, afeto e natureza

A arquitetura está cada vez mais voltada para o que somos por dentro — e é exatamente essa a mensagem que a arquiteta Mari Amaral trouxe ao compartilhar sua experiência na Casa Cor São Paulo 2025. Em entrevista ao Home News, ela destacou as principais tendências do setor, o impacto do evento no mercado e defendeu uma arquitetura mais afetiva, conectada com a sustentabilidade, a natureza e, principalmente, com a essência de cada pessoa.

“A Casa Cor é um evento de grande relevância, porque lança as primeiras tendências no Brasil. Ela se inspira muito no que vem de Milão, e a edição de São Paulo acaba ditando os caminhos que outras amostras no país vão seguir depois”, explicou Mari, contextualizando a importância do evento para o setor e também para o consumidor final.

Com o tema “Semear Sonhos”, a edição deste ano propôs um olhar para o futuro com base no retorno às origens.

“A gente está num momento de muita tecnologia, inteligência artificial, e isso cria uma necessidade de segurança, de cuidado com o presente e com as próximas gerações. Por isso, as propostas da Casa Cor trazem uma reflexão sobre sustentabilidade, mas de forma mais ampla, como administrar melhor os nossos recursos para que eles continuem disponíveis no futuro”, afirmou.

Na visão da arquiteta, sustentabilidade não se resume a placas solares. “É pensar em imóveis que durem mais, com menos descarte e mais história. Reutilizar, reformar, trazer peças de família, isso é sustentabilidade também”, defendeu.

Ela lembrou, inclusive, do projeto que está desenvolvendo para presentear sua mãe: uma nova casa construída no lugar de uma antiga, mas mantendo peças com mais de 40 anos de história da família.

“A planta está conosco há 30 anos! Tem uma máquina de escrever, telefone antigo, móveis antigos. Tudo isso traz pertencimento.”

Se o minimalismo dominou as últimas décadas, Mari aponta que o movimento agora é inverso: o maximalismo.

“Minimalismo reduziu não só os espaços, mas também nossa humanidade. Somos almas complexas. O que vemos agora é um retorno ao conforto, à mistura de texturas, móveis antigos, cores, formas. Ambientes que abraçam”, contou.

Ela revelou que, mesmo após visitar mais de 50 ambientes na mostra, saiu com uma sensação de tranquilidade.

“Isso mostra o poder da arquitetura. Um ambiente bem iluminado, bem pensado, pode mudar completamente a nossa sensação. Pode dar paz, equilíbrio, saúde mental.”

Segundo Mari, a arquitetura não serve apenas para criar espaços bonitos. “Ela promove bem-estar, conforto, saúde mental. Tem gente que acha que é só beleza, mas não é. Um cantinho de leitura pode ser o que você precisa para levantar da cama com mais vontade. Isso é o poder do arquiteto”, enfatizou.

Ela encorajou os ouvintes a buscarem ambientes que reflitam suas verdadeiras identidades.

“A maior tendência que vi na Casa Cor é sermos mais nós mesmos. Menos padrão, mais autenticidade. Não faça sua casa como está na revista. Faça como é sua essência. O que te lembra a infância? O que te traz paz?”

Para Mari, a relação entre arquitetura e natureza é profunda e necessária. “Viemos da terra. O contato com o verde, com a água, com o som dos pássaros… tudo isso nos traz vida. Mesmo em ambientes urbanos, podemos ter isso. Já vi viadutos com plantas, como ali na João Durval com a Getúlio Vargas, em Feira de Santana. Isso muda a cidade.”

Ela reforçou o conceito de biofilia, que é a inserção da natureza nos espaços, trazendo benefícios físicos e mentais. “Pisar na grama, ter uma parede verde, tudo isso nos reconecta.”

A maior dica da arquiteta para quem vai construir ou reformar? Se conhecer.

“Olhe para o espelho. Entenda quem você é, o que realmente gosta. Arquitetura deve refletir o ser humano. É por isso que estamos falando de psicologia, de antropologia. É um processo de autoconhecimento.”

E finaliza com um conselho: “Vamos soltar as amarras. Ser mais livres, mais leves, mais felizes.”

Quem quiser seguir a arquiteta pode encontrá-la no Instagram: @marianaamaralarquiteta ou buscar pelo nome Mari Amaral Arquitetura. Seu trabalho é marcado por uma proposta de “arquitetura afetiva” — com sentimento, história, propósito e identidade.

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