TDAH não tem cura, mas tratamento adequado pode diminuir sintomas
O transtorno é causado por uma alteração no funcionamento dos neurotransmissores (noradrenalina e dopamina) e divergências no lobo frontal do cérebro
Conhecido pela sigla TDAH, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um transtorno neurológico, influenciado pela genética, caracterizado por sintomas de inquietude, impulsividade e falta de atenção. Cerca de 5% da população mundial possui a síndrome.
Durante o programa Jornal do Meio Dia, da rádio Princesa Fm (96.9), apresentado por Jorge Biancchi, o tema foi explicado pelo mestre em psiquiatra, Dr. Rafael Silva. Segundo o doutor, o transtorno não inicia na vida adulta, sendo perceptível desde a infância.
“Uma das características do TDAH é que atividades que são altamente motivadoras faz com que esses indivíduos mantenham a atenção necessária”, explica o especialista.
Essa característica é conhecida como “Hiperfoco”, assim é comum que crianças consigam manter a concentração em jogos e brincadeiras, devido ao estimulo constante da dopamina, mas não conseguem realizar atividades que exigem maior esforço cognitivo, como as escolares.
O transtorno é causado por uma alteração no funcionamento dos neurotransmissores (noradrenalina e dopamina) e divergências no lobo frontal do cérebro, influenciando atividades relacionadas a planejamento e gestão. O diagnóstico é clínico, feito através de avaliação do histórico individual, observando a incidência dos três pilares principais: hiperatividade, desatenção e impulsividade.
A hiperatividade e a impulsividade são detectadas desde a infância, através da agitação dos indivíduos, impaciência, e dificuldade em permanecer parado; Desatenção é detectável pela dificuldade de foco, as pessoas desatentas costumam ser conhecidas por “viver no mundo da lua”.
O apoio familiar é importante para o encaminhamento positivo do tratamento, especialmente em caso de criança. A falta de suporte adequado pode atrasar o tratamento além de gerar traumas: “Muitas vezes reclamar ou bater não é a melhor forma de lidar com a questão. A criança é assim não porque ela quer, mas por conta de uma disfunção na região cerebral”, pontua o psiquiatra.
TDAH não tem cura, mas possui controle através de um tratamento multidisciplinar (com psicólogos, psiquiatras, pedagogos e psicopedagogos).
“Não falamos em cura, mas em remissão de sintomas, para que o individuo consiga dar conta das suas atividades diárias. A tendência é que ao longo da vida, por conta do amadurecimento da região frontal, eles melhorem esses sintomas”.