Taxação global de super-ricos precisa financiar políticas climáticas, defende Marina
Marina considera uma das principais inovações no debate o fato de se buscar uma taxação global.
Na presidência do G20 em 2024, o Brasil aposta como um dos principais legados a implementação de uma taxação global dos super-ricos que destine parte dessa receita para o financiamento de políticas ambientais de enfrentamento às mudanças climáticas.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou em entrevista a CNN o caráter inovador da proposta e o papel do colega da Fazenda, Fernando Haddad, na elaboração.
“Nos últimos quatro séculos o mundo transformou a natureza em pecúnia, em dinheiro, uma necessidade, porque as pessoas vivem daquilo que produzem. No entanto, agora vamos ter que pegar parte desse dinheiro e investir para recuperar a natureza e preservar o que ainda existe”, afirmou Marina.
“O ministro Fernando Haddad está trabalhando no G20 a questão da taxação dos super-ricos exatamente para que a gente possa usar parte desses recursos, desse dividendo que foi transformar a natureza em recursos financeiros, em recursos que sejam bons para todos”, disse a ministra.
Marina considera uma das principais inovações no debate o fato de se buscar uma taxação global. “Até então o debate era assim: vamos taxar as grandes fortunas, só que as grandes fortunas podem migrar para outros territórios que não façam essa taxação, para outros países”, explicou a ministra.
“O mecanismo que está sendo proposto é totalmente inovador porque cria uma taxação global. E aí você não terá para onde ir.”
*CNN