Feira de Santana

“Taxa das Blusinhas” gera incerteza no mercado, adverte presidente do Sindicato do Comércio

Marco Silva reforça a importância de um ambiente tributário mais estável e previsível

15/06/2024 15h00
“Taxa das Blusinhas” gera incerteza no mercado, adverte presidente do Sindicato do Comércio

A Câmara dos Deputados aprovou a chamada “Taxa das blusinhas”, que implementa uma alíquota de 20% sobre a importação de produtos estrangeiros que custam até US$ 20. O texto já tinha sido votado pelo Senado há alguns dias, e agora vai à sanção presidencial.

Essa medida tem sido objeto de debate intenso não apenas no Congresso, mas também em diversos setores da sociedade e entre especialistas em economia e comércio internacional.

Marco Silva, presidente do Sindicato do Comércio, destaca que, embora entenda a necessidade de equilibrar a tributação para evitar distorções no mercado interno, é fundamental abordar essa questão com cautela.

“Como princípio, entendo que taxar produtos não resolve o problema. Você pode criar um mercado paralelo, um contrabando, um descaminho, se o imposto for muito alto”, alerta.

Além disso, ele ressalta a importância de uma reforma tributária mais abrangente, que reduza os gastos do governo e melhore a qualidade do investimento público.

“Em nenhum momento a gente ouve o governo federal falar em reduzir as despesas, reduzir os gastos e principalmente melhorar a qualidade do gasto”, critica.

Diante da incerteza trazida por essas decisões tributárias, Marco Silva destaca os impactos no mercado nacional.

“O presidente da Confederação Nacional da Indústria estava em um evento internacional quando soube dessa questão da limitação da utilização de créditos, ele simplesmente pegou o avião e veio pro Brasil, encerrou uma negociação que ele estava fazendo fora do Brasil como uma forma de demonstrar que essa insegurança jurídica e essa imprevisibilidade atrapalham o negócio”, relata.

Para ele, essa instabilidade afeta diretamente o planejamento e os investimentos das empresas, levando a uma fuga de investimentos e impactando negativamente o desempenho da bolsa de valores.

Diante desse cenário, Marco Silva reforça a importância de um ambiente tributário mais estável e previsível para estimular o crescimento econômico e atrair investimentos.

“O Brasil poderia estar agora surfando no bom momento. Porque a gente tem bons indicadores em alguns setores. A inflação está de certa forma controlada, o emprego voltou a crescer, a gente tem uma série de coisas que a gente podia estar comemorando e simplesmente a gente está perdendo tempo com esse jogo da insegurança jurídica”, conclui.

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