Supervisão constante de crianças é crucial para evitar afogamentos, pontua especialista
Casos de afogamento infantil aumentam durante o verão
A chegada das férias de verão acende um alerta para pais e responsáveis por crianças quanto a risco de afogamento, pois é comum o aumento das atividades aquáticas neste período. Em entrevista ao De Olho na Cidade, o especialista em natação, Rodrigo Araújo, destaca que mesmo durante o período de relaxamento das férias, é preciso ter prudência quanto a segurança.
Dados do Boletim Epidemiológico de Afogamentos no Brasil, divulgados pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), mostram que afogamento é a primeira causa de morte de crianças com idades entre 1 e 4 anos no país, e 50% desses casos ocorrem dentro de casa. Rodrigo salienta que praias e piscinas não são os únicos lugares de risco.
“Falamos sempre de mar, de praia, né? Mas a gente tem na zona rural, por exemplo, os tanques, as empresas, as surdes, né? Vários contextos que é onde acontece o processo de diversão dessa turma. Então a gente precisa realmente tomar cuidado”, afirma o especialista.
Ainda, o professor de natação pontua que é importante ter um adulto por perto da criança em todas as ocasiões, mesmo quando, se tratando de piscinas e mares, a água parecer rasa.
“Quando falamos da altura água, temos duas vertentes. A primeira vertente é a criança que não sabe nadar; se ela cair para frente ou cair de costas na piscina infantil, por exemplo, pode não conseguir voltar a ficar em pé, gerando um afogamento. A segunda vertente é a criança que sabe nadar, mas mesmo assim, o adulto precisa fiscalizar.”
Rodrigo explica que, mesmo uma criança que sabe nadar, pode estar sujeita a riscos de afogamento devido ao cansaço e falta de condicionamento físico. Ele destaca a importância da supervisão constante, independentemente do nível de habilidade aquática da criança.
“O adulto tem que fiscalizar mesmo se a criança saiba nadar, porque, em casa do afogamento, pode acontecer uma situação de cansaço e a criança parar no meio da piscina”, destaca.
Dados da Sobrasa em 2019 mostram que 15 brasileiros morreram por afogamento por dia – o que representou cerca de 5,5 mil óbitos só naquele ano. Ainda, de acordo com a Associação Brasileira de Salvamento Aquático alerta , das 15 mortes diárias por afogamento, uma ou duas ocorrem com pessoas que estão tentando salvar outra pessoa que já está se afogando.
Por isso, a recomendação é lançar na água algo que flutue e acionar imediatamente os salva-vidas, bombeiros ou qualquer pessoa que tenha domínio sobre resgates e primeiros socorros.