Síndrome nefrótica: especialista explica doença que afeta filha de Júnior Lima
A menina foi diagnosticada com uma síndrome rara que afeta os rins, conhecida como síndrome nefrótica.
Nesta semana, o cantor Júnior Lima, filho de Xororó e ex-integrante da dupla Sandy & Júnior, usou as redes sociais para compartilhar com o público uma notícia delicada sobre sua filha Lara, de apenas três anos. A menina foi diagnosticada com uma síndrome rara que afeta os rins, conhecida como síndrome nefrótica.
“Nossa filha Lara foi recentemente diagnosticada com uma síndrome, uma condição rara que afeta os rins e que ainda é pouco conhecida”, disse o casal nas redes. “Essa notícia nos pegou de surpresa, mas estamos encarando com muito amor e força. Ela já está em tratamento e está respondendo super bem, sendo acompanhada por médicos incríveis com progresso positivo.”
Para entender melhor o que é a síndrome nefrótica, o programa De Olho na Cidade, da Rádio Sociedade News, conversou com o nefrologista Dr. César Oliveira.
“É importante a gente tentar realmente passar essa informação para a população, porque informação é sempre um diferencial na qualidade de vida das pessoas”, destacou o médico.
De acordo com Dr. César, o termo “síndrome” indica um conjunto de sintomas, e não uma doença específica. No caso da síndrome nefrótica, o quadro é caracterizado por três sinais principais:
- Inchaço no corpo, especialmente no rosto;
- Presença de proteína baixa no sangue;
- Perda excessiva de proteína na urina, que também se torna espumosa.
“O principal sintoma é o inchaço facial. A criança ou adulto acorda com os olhinhos inchados, e isso não é normal. Além disso, a urina fica muito espumosa. Esses dois sinais devem acender o alerta para procurar um nefrologista”, explicou Dr. César.
O especialista explicou que 75% dos casos são classificados como primários, ou seja, causados por uma espécie de reação alérgica do corpo contra o próprio rim. Os outros 25% são secundários, decorrentes de doenças como diabetes, hepatite B, lúpus e outras condições imunológicas.
Em crianças entre 3 e 10 anos — faixa etária de Lara — a forma mais comum da síndrome é a chamada lesão mínima.
“Apesar do nome, é uma inflamação no rim, mas que não compromete sua função. É como se a porta de um carro estivesse amassada, mas o motor ainda funcionasse perfeitamente”, comparou o médico.
Dr. César afirmou que a síndrome nefrótica não tem cura definitiva, mas pode ser controlada com medicação, principalmente com o uso de corticoides, como os utilizados em casos de asma.
“A criança pode entrar em remissão total com o tratamento, e depois de dois a três meses retiramos a medicação. Mas existe a possibilidade de uma nova crise, que será novamente tratada”, explicou.
Segundo ele, o tratamento é muito semelhante ao da asma: o paciente vive normalmente fora das crises, mas deve ser acompanhado e tratado imediatamente caso os sintomas reapareçam.
O médico reforçou a importância de os pais observarem sintomas como inchaço facial e urina espumosa nas crianças.
“Às vezes os pais veem a criança inchadinha e acham normal, não levam ao médico. Só que o tempo é essencial. Se demorar, essa inflamação pode comprometer a função do rim de forma mais grave”, alertou.
Dr. César elogiou a atitude do cantor Júnior e da esposa ao compartilhar o caso da filha com o público.
“Foi muito importante o que eles fizeram. Ao trazerem o caso a público, ajudaram outras famílias a se informarem e ficarem atentas aos sinais”, concluiu.
A pequena Lara segue em tratamento e, segundo a família, vem reagindo muito bem, cercada de cuidados e amor.