Sindicato do Comércio celebra manutenção da desoneração da folha de pagamento
Apesar da manutenção, o presidente do Sindicato do Comércio afirmou que ainda há preocupação com a insegurança jurídica e a imprevisibilidade
Em uma decisão crucial para a economia brasileira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, suspendeu na sexta-feira (17) a liminar que interrompia a prorrogação da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e dos municípios. A medida restaura provisoriamente a validade da lei aprovada pelo Congresso Nacional, que estendia o benefício.
A decisão de Zanin foi tomada a partir de uma sugestão da Advocacia-Geral da União (AGU), que propôs uma solução consensual com a suspensão da ação por 60 dias. A liminar será ainda submetida ao plenário virtual do STF para avaliação dos demais ministros.
Marco Silva, presidente do Sindicato do Comércio de Feira de Santana, comentou a importância da decisão.
“O ministro Zanin suspendeu sua liminar que suspendia os efeitos dessa lei. Isso ocorreu aos 45 minutos do segundo tempo, pois na segunda-feira, dia 20, já seria o pagamento do INSS”, afirmou Silva.
A indefinição sobre qual regra seria aplicada causava grande preocupação entre empresários e contadores.
“Não se sabia qual regra se iria utilizar, a regra anterior ou a suspensa pela liminar. Então isso, de certa forma, pacifica a situação. Agora, temos até o final do ano para que o Congresso e o Governo Nacional encontrem uma forma de manter essa legislação”, explicou o presidente do sindicato.
A desoneração é vista como fundamental para a manutenção de empregos, especialmente em setores que geram muita mão de obra.
“As empresas e os trabalhadores estavam trabalhando com a perspectiva de pagar o imposto não sobre a folha de pagamento, mas sobre o faturamento, o que ajuda a manter os empregos”, destacou.
Apesar da manutenção, o presidente do Sindicato do Comércio afirmou que ainda há preocupação com a insegurança jurídica e a imprevisibilidade
“As contabilidades podem trabalhar, os empresários vão poder pagar a guia do INSS na segunda-feira sem susto, sem saber se estão pagando certo ou errado. Mas ainda há preocupação com a insegurança jurídica e a imprevisibilidade”, disse.
A decisão foi tomada a menos de 24 horas úteis do prazo para o pagamento do INSS, o que causou correria entre as contabilidades para ajustar guias e retificar informações.
“Isso em nada contribui com o Brasil, só gera fuga de investimento e incerteza. Perdas para toda a economia”, criticou.
Apesar das dificuldades, a manutenção da desoneração foi recebida com alívio.
“A gente se sente aliviado e espera que o bom senso prevaleça, principalmente no âmbito da reforma tributária. Se temos uma reforma tributária em implantação, por que mexer em questões tributárias a cada minuto?”, questionou Silva.
Por fim, Marco Silva agradeceu o esforço de todos os envolvidos na manutenção da desoneração e destacou a importância do bom senso na condução das reformas econômicas.