Sindicato do Comércio analisa impactos da taxação de compras até US$ 50
O presidente do Sindicato do Comércio ainda apontou para a necessidade de uma reforma tributária que reduza a carga tributária para as empresas brasileiras
Na última terça-feira (28), a Câmara aprovou o PL (projeto de lei) do Mover (Programa de Mobilidade Verde e Inovação), com o dispositivo que dá fim à isenção de tributação federal para compras estrangeiras de até US$ 50 e estabelece uma alíquota de 20%.
O presidente do Sindicato do Comércio de Feira de Santana, Marco Silva, expressou sua preocupação sobre a questão dos sites estrangeiros, em especial os chineses, que comercializam mercadorias no Brasil sem o pagamento de impostos. Em meio a essa discussão, ele ressaltou a importância da transparência e da necessidade de regulamentação.
“Infelizmente, mais uma novela no Brasil, assim como foi a novela da desoneração dos 17 setores. Agora a questão dos sites em especial site chineses que colocam mercadoria no Brasil sem pagamento de impostos”, lamentou.
Marco destacou a necessidade de um equilíbrio na taxação desses produtos estrangeiros, defendendo que eles sejam submetidos às mesmas taxas que os produtos brasileiros. Além disso, ele propôs que, caso seja criado um novo imposto, seja retirado outro imposto para compensar, evitando um aumento da carga tributária.
“Não precisa ser uma taxa de ação maior. Não deve ser uma taxação menor. Deve ter um equilíbrio e também que se for criado esse novo imposto que se retire outro imposto qualquer pra compensar isso. Para que não fique simplesmente um aumento de carga tributária”, afirmou.
O presidente do Sindicato do Comércio ressaltou a importância de se analisar o impacto desses produtos estrangeiros na indústria nacional, enfatizando que a concorrência desleal pode resultar na destruição de empregos.
“O consumidor pode achar que está sendo prejudicado porque o produto vai ficar mais caro mas ele precisa entender que esses produtos entram no Brasil destruindo empregos, na indústria, no comércio e na distribuição”, explicou.
Ele ainda apontou para a necessidade de uma reforma tributária que reduza a carga tributária para as empresas brasileiras, permitindo uma competição mais justa.
“Minha geração foi que teve que descobrir computadores através de quem viaja viajava para fora do Brasil porque na década de 80 e 90 tinha uma reserva de mercado que era proibido se comprar computadores fora do Brasil ou a importação era muito cara. O que aconteceu? Os brasileiros foram prejudicados, minha geração foi prejudicada, foi digitalizada com muito atraso”, lamentou.
Por fim, o presidente do Sindicato do Comércio enfatizou a importância do diálogo entre os diversos setores envolvidos para encontrar soluções efetivas.
“Então a gente precisa ter essa maturidade e que esse problema realmente não vire mais uma novela.”, concluiu.