Sindicalista feirense participa de reunião com ministro em Brasília
A principal preocupação exposta pelos representantes é o aumento do desemprego causado pelo fechamento de fábricas
Em nova audiência realizada no dia 7 de julho em Brasília, representantes da Federação Nacional da Borracha (FENABOR), liderados pelo presidente Márcio Ferreira, reuniram-se com o ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, para discutir os impactos da concorrência desleal de pneus importados sobre o setor nacional. A reunião contou com a presença de lideranças sindicais de diversos estados, entre eles Oberdan Cerqueira, presidente do Sindicato dos Borracheiros do estado da Bahia, além de representantes do sindicato de Americana (SP).
A principal preocupação exposta pelos representantes é o aumento do desemprego causado pelo fechamento de fábricas devido à entrada maciça de pneus importados a preços baixos, especialmente da China.
“Já foram fechadas oito fábricas no mundo por conta dessa concorrência. Só no Brasil, duas unidades já encerraram as atividades”, alertou Oberdan. “Isso afeta diretamente empregos e a economia local. Aqui na Pirelli, por exemplo, o número de turnos caiu de quatro para três.” Completou.
Durante a reunião, os representantes apresentaram um panorama completo da situação do setor e defenderam a adoção de medidas imediatas para conter o avanço dos produtos estrangeiros que não seguem os mesmos padrões ambientais e trabalhistas exigidos das fabricantes nacionais.
“Esses pneus importados têm baixa durabilidade e ainda agravam o problema ambiental, porque não há sistema de reciclagem responsável como nas empresas brasileiras”, disse Oberdan.
A comitiva solicitou ações mais rigorosas na fiscalização da entrada desses produtos no país, maior controle sobre os critérios de comercialização e a aplicação de medidas compensatórias para garantir um ambiente competitivo mais justo. Segundo Oberdan, o ministro demonstrou sensibilidade com a pauta:
“Alckmin nos recebeu muito bem, ouviu nossas demandas com atenção e se comprometeu a estudar medidas mais rígidas para proteger o setor. Ele reconheceu a gravidade da situação e prometeu um retorno com encaminhamentos em até dois meses”, afirmou.
A FENABOR reforça que a mobilização nacional seguirá firme e conclama toda a categoria a permanecer unida na defesa dos empregos, da indústria nacional e do meio ambiente.
“Precisamos manter a pressão para que essas medidas saiam do papel e possamos planejar o futuro com mais segurança”, finalizou Oberdan.