Setembro Amarelo: Psicóloga fala sobre a importância da prevenção ao suicídio e o impacto da pandemia na saúde mental
Especialista destaca a necessidade de autocuidado para prevenção ao suicídio
Desde sua criação em 2015, o Setembro Amarelo tornou-se uma campanha essencial na conscientização sobre a prevenção do suicídio, buscando abrir espaço para discussões sobre saúde mental e reduzir o receio em abordar este tema delicado. A psicóloga Fernanda Ribeiro destacou a importância da campanha e o impacto prolongado da pandemia na saúde mental da população.
“A informação é o pilar para qualquer evento. No caso do suicídio, ela é fundamental”, enfatizou Fernanda. Ela ressaltou que o Setembro Amarelo foi criado com o intuito de conscientizar e combater o suicídio, pois “ninguém adoece de uma hora para outra. Isso vem como uma construção. Observar nossos colegas, familiares e quem está ao nosso lado é crucial”.
Fernanda também apontou como a pandemia exacerbou os problemas de saúde mental.
“Estamos colhendo os frutos da pandemia agora, com um aumento significativo na ansiedade e nos casos depressivos, o que infelizmente resulta também no crescimento dos casos de suicídio”, afirmou a psicóloga.
Sobre os sinais que indicam que uma pessoa pode estar pensando em suicídio, Fernanda destacou a importância de observar mudanças de comportamento, como isolamento e quadros depressivos.
“A observação com um olhar amoroso e cuidadoso pode fazer uma grande diferença. É preciso estar disponível para ajudar e encaminhar para profissionais, como psicólogos e psiquiatras, além de divulgar o CVV, que oferece apoio pelo telefone 188”.
A psicóloga também falou sobre o impacto das redes sociais na saúde mental, descrevendo-as como um “vilão e aliado ao mesmo tempo”. Segundo ela, “as redes sociais podem amplificar sentimentos negativos, especialmente entre adolescentes. Limitar o uso dessas plataformas é fundamental, assim como acompanhar o que as crianças e adolescentes estão consumindo online”.
Quando questionada sobre os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde mental no Brasil, Fernanda destacou a sobrecarga e a necessidade de mais cuidados com a própria saúde desses profissionais.
“Precisamos de mais oferta de saúde mental nas escolas, nas unidades de saúde, e em todos os níveis da sociedade. É essencial que os profissionais também cuidem de si mesmos para poderem ajudar adequadamente os outros”, observou.
Por fim, a psicóloga Fernanda Ribeiro enfatizou a importância do autocuidado e do equilíbrio em todas as áreas da vida, como forma de manter a saúde mental.
“Cuidar de si mesmo deve ser uma prioridade. Isso inclui buscar o autoconhecimento, cercar-se de pessoas positivas, e manter um equilíbrio entre corpo, mente, e espírito”, concluiu.