Sessão na Câmara é interrompida após confusão entre vereadores e cidadão da Tribuna Livre
Cidadão teria dito “alguns moleques estão travestidos de vereadores”, o que incomodou os parlamentares. Guarda Municipal foi acionada.
A sessão da Câmara Municipal dos Vereadores desta quinta-feira (31) foi interrompida após uma discussão entre os vereadores e um cidadão que estava presente na casa. A confusão começou após o homem, identificado como Felipe Viana, usar a Tribuna Livre para falar sobre o transporte público dos municípios no qual, durante seu discurso, teria dito que “aqui (Câmara) alguns moleques estão transvestidos de Vereadores”.
A fala teria incomodado os parlamentares que bradaram em desacordo ao cidadão. A Guarda Municipal foi acionada para conter a confusão e a sessão foi suspensa. Segundo o vereador e corregedor da Casa, Galeguinho SPA, o homem passou dos limites com as ofensas aos vereadores.
“A gente traz algumas pessoas pra usar a tribuna e essas pessoas têm que ter condição de chegar ali na tribuna e tratar o assunto que quer tratar. Mas elas chegam e acabam falando o que pensam, e aqui é uma Casa, algo que tem que ser sagrado. Não permitimos que pessoas venham pra cá, de forma alguma, chamar vereadores de ‘transvestido’, de moleque. Ele começou a ofender os vereadores desde o início da fala dele, mas chegou uma hora que passou do limite. Aqui não tem nenhum moleque, aqui tem pai de família, tem pessoas responsáveis, trabalhadoras, que honram seus compromissos. Lá fora tudo bem, agora aqui dentro é uma falta de respeito inadmissível”, disse o vereador em entrevista ao De Olho na Cidade.
Ainda, conforme Galeguinho, a Tribuna Livre é aberta para toda a população que queira se expressar, contudo, o regimento não permite ofensas ou destratos aos parlamentares. O vereador José Carneiro destacou que não aprovou a postura da presidente da Câmara, Eremita Mota, durante o acontecimento.
“Ele falou as posições dele, fez críticas, falou ótimo, não tenho nada contra as críticas, mas ele disse que queria parabenizar a oposição na Câmara pela forma como se faz política. A presidente Eremita Mota é presidente de todos, não apenas da oposição, e aí ela já devia ter se posicionado, mas não se posicionou. Logo em seguida, esse rapaz disse que era candidato a vereador e que estava ali para fazer o melhor para a cidade, porque os vereadores atuais, de forma generalizada, estão ‘transvestidos de moleque’. Imediatamente eu procurei Eremita Mota e disse ‘presidente, corte’ , porque ele não tem equilíbrio emocional para permanecer na tribuna. E ela não me ouviu, disse apenas que ela era a presidente e que ela decidia e que ele iria concluir o raciocínio dele”, relatou.
O vereador afirma que considerou um equivoco por parte de Eremita. Segundo ele, a presidenta tinha direito de impedir que o homem ofendesse os participantes da instituição: “Se a vereadora permitiu, ou queria permitir, que ele continuasse na tribuna ofendendo os vereadores, então ela concorda com a fala do cidadão? É isso que eu não aceito, não admito e lamento que uma vereadora experiente com quatro mandatos permita acontecer uma coisa dessas”, reiteirou.
*com informações do repórter Robson Nascimento