Serviço de apoio a trabalhadores impulsionou crescimento do bairro SIM, explica professor
Um dos idealizadores do Centro, o professor Josué Melo explica que o espaço era uma chácara pertencente a José Nunes Macedo, então presidente da Associação Comercial de Feira de Santana
Kleiton Costa
Um dos bairros que mais cresce em Feira de Santana e já tem aproximadamente 70 mil residências, o SIM, teve grande impulso no seu desenvolvimento há 54 anos. O nome da localidade tem origem na sigla do órgão que foi criado para oferecer apoio a trabalhadores que estavam de passagem na cidade, o Serviço de Integração de Migrantes (SIM).
Com verbas obtidas em vários países (Alemanha, Inglaterra e Canadá), o SIM construiu oito prédios em 1968 para instalação do Centro de Capacitação Profissional de Migrantes, localizado na Avenida Centenário. O órgão sem fins lucrativos atendeu milhares de migrantes oferecendo educação, tratamento em saúde e capacitação profissional entre 1970 e 1980.
Um dos idealizadores do Centro, o professor Josué Melo explica que o espaço era uma chácara pertencente a José Nunes Macedo, então presidente da Associação Comercial de Feira de Santana. A localidade era considerada área rural, pertencente ao distrito de Jaíba. Logo, tornou-se um bairro promissor.
Uma das primeiras medidas na urbanização do SIM foi a construção da Avenida Centenário, com pista dupla, uma importante obra na época. “A partir daí, algumas casas começaram a ser construídas e chácaras vendidas para condomínios e residências. De repente, o bairro ‘explodiu’ e hoje ele é um dos mais promissores, sendo uma cidade dentro da cidade de Feira”, relatou Josué, ex-reitor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs).
O professor, que preside o Instituto de Educação e Desenvolvimento (INED) e a Academia de Educação de Feira de Santana, considera que o SIM tornou-se um polo educacional que atrai estudantes de diversas regiões. “Lá estão os melhores colégios da cidade, a FTC [atual Unex) e o Centro de Tecnologia e Sustentabilidade da UFRB, que será um embrião para uma universidade federal de Feira de Santana, academias e condomínios”.
Apesar dos avanços, atualmente o bairro sofre com problemas típicos de uma urbanização acelerada e sem o devido planejamento. Um deles é o intenso e engarrafado trânsito de veículos. “O crescimento do bairro foi tão rápido que a prefeitura não acompanhou o desenvolvimento. Poderia ter feito avenidas mais largas, mas, infelizmente, hoje tem problemas sérios, como a Avenida Artêmia Pires”, disse Josué Melo, que aguarda celeridade na anunciada duplicação da Artêmia, importante via que liga o bairro à Avenida Contorno e ao centro da cidade.