A Prefeitura de Feira de Santana, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel) e da Superintendência Municipal de Esportes, promoveu na quinta-feira (24), no Hotel Íbis, o Seminário do Desporto, reunindo dirigentes, atletas e representantes de diversas modalidades para debater os rumos do esporte no município.

A proposta do evento foi ouvir quem vive o esporte feirense no dia a dia, como dirigentes de escolinhas de futebol, associações, ligas e federações, além de atletas e paratletas. O objetivo, segundo o superintendente de Esportes, Emerson Brito, é promover uma maior união entre as entidades e o poder público.

“Queremos promover uma união entre as entidades esportivas de Feira de Santana e o poder público. Além disso, estamos trazendo informações sobre como captar recursos por meio da Lei 13.019, que é federal, e permite que cada modalidade busque apoio para fomentar suas atividades”, explicou Emerson. “Também vamos prestar contas dos seis meses de gestão da superintendência e mostrar como estamos nos estruturando para que os projetos avancem a partir de agosto.”

Durante o encontro, Emerson Brito destacou que foi realizado um relatório completo das condições das praças esportivas da cidade.

“Fizemos o levantamento de aproximadamente 140 praças esportivas. O prefeito já tomou ciência da situação e já deu início às ações. Hoje mesmo ele deve anunciar obras em pelo menos seis praças. Já entregamos o ginásio municipal Joselito Amorim e em agosto vamos inaugurar o ginásio do Complexo Esportivo Oyama Pinto”, afirmou.

Para o professor de educação física e representante da Associação Feirense de Basquete Master, Gastão Assis, o seminário é um passo importante para quebrar barreiras entre as modalidades esportivas da cidade.

“Feira é uma cidade grande e muito praticante de esporte, mas cada associação acaba lutando sozinha pelos seus interesses. Precisamos pensar no esporte como um todo, como um produto que pode ajudar a todos”, declarou.

Gastão também chamou atenção para a necessidade de organização institucional das entidades. “Muitas vezes, a entidade quer recurso, mas não está regularizada, não tem CNPJ, não possui utilidade pública, os documentos estão vencidos. É fundamental estar com tudo em dia para poder buscar apoio.”

Representando os atletas da Federação Baiana de Atletismo, João Paulo Reis reforçou a importância do evento para modalidades com pouca visibilidade, como o atletismo.

“Esse evento vem fomentar e fortalecer o esporte, inclusive o atletismo, que ainda é pouco difundido em Feira. Também pedimos um olhar especial para o paradesporto. É uma chance de dar voz às necessidades dos atletas”, destacou.

João Paulo fez um apelo por investimentos em infraestrutura. “Na Bahia, não temos uma pista oficial de atletismo. Como desenvolver atletas de alto nível sem isso? Em junho levamos atletas daqui ao Campeonato Norte-Nordeste e alguns tiveram destaque, mas precisamos de mais apoio.”

Outro depoimento veio do paratleta Enéas da Silva, jogador de basquete há mais de cinco anos. Ele compartilhou como o esporte transformou sua vida após sua lesão.

“No início eu tinha vergonha de sair na rua, mas o basquete me trouxe para o mundo. Me mostrou que existem muitas coisas que nós, deficientes, podemos fazer com o esporte. Mudou minha vida”, afirmou.

*Com informações do repórter Rafael Marques