Secretário Angelo Almeida propõe alternativas para para produtos baianos com tarifaço dos EUA
O governo baiano já articula medidas junto ao setor produtivo e ao governo federal.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Angelo Almeida, comentou nesta segunda-feira (21), sobre os possíveis impactos das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros, como café, chocolate e frutas, incluindo a manga produzida no Vale do São Francisco.
Com o anúncio das tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, o governo baiano já articula medidas junto ao setor produtivo e ao governo federal. Segundo o secretário, embora ainda não seja possível dimensionar completamente os impactos, a situação preocupa.
“Estamos em uma primeira fase de estudo. Ainda faltam cerca de dez dias para o prazo limite e há expectativa de reversão. Aguardamos que prevaleça o bom senso. O Brasil tem tradição e competência diplomática e esperamos que esse processo seja revisto”, afirmou Angelo.
A preocupação é maior com produtos que têm como principal destino os Estados Unidos, como a manga exportada a partir de agosto.
“O Vale do São Francisco exporta cerca de 250 contêineres de manga por mês para os EUA. Agora, estamos buscando mercados alternativos, principalmente na América Latina e Caribe. Porém, enfrentamos entraves fitossanitários que precisam ser resolvidos com o Ministério da Agricultura”, explicou.
Ele reforça que o governo baiano está em diálogo com o setor produtivo e o ministério para redirecionar a produção.
“Não pode ser o fim do mundo. Estamos com toda nossa energia voltada para buscar alternativas.”
Segundo Angelo, as medidas protecionistas de Trump podem sair pela culatra. “A medida do Trump está taxando o café brasileiro, que está escasso no mundo. Isso pode impactar diretamente no preço do produto na prateleira, atingindo o bolso do consumidor americano”, alertou.
Ele citou que cerca de 70% da população americana consome café e o mesmo se aplica ao chocolate, outro produto em escassez.
“Essa medida estapafúrdia vai bater na mesa do povo americano. Esperamos que ele reveja. Se não, vamos usar nosso talento e criatividade para buscar outras oportunidades”, disse o secretário.
*Com informações do repórter Robson Nascimento