Secretária de Saúde destaca desafios e falta de diálogo para melhorias na saúde de Feira
A secretária Roberta Santana e outros gestores apresentaram detalhes sobre a operação dos serviços de saúde, incluindo o acesso e os tipos de tratamentos oferecidos nas unidades de saúde.
Nesta quarta-feira (07), a Secretaria da Saúde do Estado promoveu um encontro com a imprensa para discutir o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e os desafios enfrentados por Feira de Santana. A secretária Roberta Santana e outros gestores apresentaram detalhes sobre a operação dos serviços de saúde, incluindo o acesso e os tipos de tratamentos oferecidos nas unidades de saúde.
Roberta Santana destacou as principais dificuldades na saúde pública de Feira de Santana. Ela detalhou a necessidade de qualificação dos serviços de saúde e a insuficiência das ações atuais.
“Precisamos garantir que os profissionais de saúde estejam efetivamente atuando nas unidades básicas de saúde. Atualmente, 18% da população de Feira de Santana não tem acesso a nenhuma porta de entrada para o SUS, o que reflete na cobertura.”
Ela também abordou a questão da saúde bucal, que apresenta uma cobertura ainda mais baixa. “Temos apenas 23% de cobertura na saúde bucal. Isso significa que 80% dos munícipes de Feira de Santana não têm acesso a esses serviços”, explicou.
A secretária comentou sobre a importância do diálogo para melhorar a eficácia dos serviços.
“Queremos entender por que certas ações não estão sendo realizadas de forma eficaz. Temos fóruns de discussão, onde os municípios se reúnem para tratar das questões de saúde. No entanto, precisamos resolver as resistências e garantir que as parcerias, como as realizadas com o Ministério da Saúde em crises anteriores, sejam mais eficazes”, enfatizou.
Sobre as Unidades Básicas de Saúde (UBS), Santana destacou que a estrutura não é suficiente. “Não é apenas uma questão de ter uma UBS, mas de garantir a qualidade da assistência oferecida. Atualmente, estamos construindo 52 novas UBS com recursos do governo estadual, e o Ministério da Saúde está implementando 165 unidades em todo o estado. No entanto, precisamos saber por que o município não está solicitando a construção de mais unidades”, disse a secretária.
Ela ressaltou que o governo estadual está trabalhando para identificar e preencher os vazios assistenciais. “Estamos realizando um senso para avaliar quantas pessoas estão sendo atendidas em cada UBS e qual a quantidade de profissionais disponíveis. Nosso objetivo é ampliar e qualificar o atendimento nas unidades básicas de saúde”, concluiu Santana.
A secretária finalizou destacando a importância de repensar a estrutura do atendimento básico de saúde. “Precisamos melhorar o acesso a consultas médicas, ginecológicas, pré-natal e vacinação. A população precisa saber onde encontrar pediatras e outros profissionais de saúde em suas UBS”, concluiu Roberta Santana.
Sobre as críticas à atenção básica a Secretaria de Saúde de Feira de Santana se manifestou através de nota. Confira na íntegra:
O Governo Municipal prioriza o bem-estar da população acima de diferenças políticas e sempre esteve aberto ao diálogo.
A Prefeitura de Feira de Santana não é responsável pela suspensão das cirurgias de cabeça e pescoço pela Santa Casa. Os recursos para a instituição são enviados pelo Governo Federal. Embora a Santa Casa tenha solicitado apoio da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), não apresentou os dados necessários para a análise do impacto financeiro.
Sobre a dengue, o Estado não libera o carro fumacê desde fevereiro para o município. A Prefeitura tem um veículo e equipe treinada, mas o governo estadual não disponibilizou os inseticidas necessários para o serviço.
Mesmo com esses desafios, a Prefeitura tem realizado um trabalho intenso no combate à doença. Este ano, a equipe de endemias fez mais de 668.266 visitas residenciais e distribuiu cerca de 11.500 capas para cobertura de caixas d’água. O Governo Municipal também contratou quatro motos fumacê, que já percorreram seis bairros e um distrito, totalizando 778 ruas, com três ciclos em cada bairro.
Na Atenção Primária, Feira aumentou a cobertura em 15% de 2021 a 2023, alcançando 80%. Isso significa que a maior parte dos feirenses tem acesso aos serviços essenciais. Entre janeiro e julho, o setor realizou quase 290 mil atendimentos.
*Com informações do repórter Danillo Freitas