Feira de Santana

Saúde mental materna ganha destaque na Tribuna Livre da Câmara de Feira de Santana

A campanha Maio Furta-Cor segue com ações em diversos espaços da cidade, buscando ampliar o debate e garantir que o tema ganhe visibilidade nas políticas públicas e na sociedade civil.

08/05/2025 10h16
Saúde mental materna ganha destaque na Tribuna Livre da Câmara de Feira de Santana
Foto: Reprodução

A psicóloga Rafaela Souza ocupou a Tribuna Livre da Câmara Municipal de Feira de Santana na manhã desta quinta-feira (08), durante a programação do mês da campanha “Maio Furta-Cor”, para discutir a urgência da atenção à saúde mental materna e os impactos do adoecimento psíquico de mulheres sobre famílias, crianças e a economia.

“É sempre um privilégio e um prazer falar sobre a campanha Maio Furta-Cor. Eu tenho me dedicado a ações que envolvem essa pauta e a saúde mental materna desde 2023, quando o projeto de lei foi aprovado aqui nesta Casa”, iniciou Rafaela.

Segundo ela, a campanha busca ampliar o debate sobre os transtornos mentais que afetam mulheres no ciclo gravídico-puerperal – período que compreende gravidez, parto e pós-parto.

“A saúde mental materna não compreende apenas a depressão pós-parto, mas também transtornos de ansiedade, psicose puerperal, baby blues e disforia puerperal. São alterações comuns, mas que, quando não debatidas, ficam em um campo de estigma e podem assustar as famílias, levando ao desconhecimento e ao agravamento da situação”, alertou.

Rafaela apresentou dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que revelam que uma em cada quatro mulheres sofre de depressão pós-parto e outra uma em cada quatro é vítima de violência obstétrica — fator que também pode desencadear transtornos mentais.

“Isso nos obriga a pensar em políticas públicas que contemplem prevenção, tratamento e acompanhamento dessas mulheres e famílias”, ressaltou.

A psicóloga também destacou o impacto econômico do adoecimento psíquico de mulheres. Segundo pesquisa de 2022, os custos com transtornos mentais perinatais chegam a R$ 26,16 bilhões por ano no Brasil.

“Investir em prevenção tem um custo muito menor do que tratar o adoecimento. A mulher que adoece mentalmente se afasta do trabalho, afeta a economia da família e gera vulnerabilidade social. Além disso, perde-se qualidade de vida, principalmente das crianças cuidadas por terceiros”, explicou.

Ao ser questionada pelo vereador Pastor Valdemir, autor do projeto de lei que instituiu a campanha Maio Furta-Cor em Feira de Santana, sobre as ações já realizadas, Rafaela explicou que a equipe vem desenvolvendo palestras em instituições públicas e privadas e buscando ampliar o debate por meio da formação de profissionais da atenção básica.

“É essencial capacitar essas equipes para fazer triagem de qualidade. A prevenção tem custo, mas também tem bônus, e é mais eficiente que o tratamento posterior”, defendeu.

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