Feira de Santana

Saiba a importância do 2 de Julho para a Independência do Brasil

O 2 de Julho é um momento de reflexão e celebração para os baianos

02/07/2024 11h52
Saiba a importância do 2 de Julho para a Independência do Brasil
Foto: Marisa Vianna

Nesta terça-feira (02) é comemorado a Independência da Bahia. O historiador Vicente Gualberto abordou o significado do 2 de Julho para a Bahia e o Brasil. Segundo Gualberto, a narrativa tradicional da Independência do Brasil, centrada no grito de “Independência ou Morte” de Dom Pedro I em 7 de setembro de 1822, não captura toda a complexidade do processo.

“Primeiro, não teve espada, não teve grito, nada daquilo e o sete de setembro é apenas um ato simbólico,” afirmou Gualberto. Ele explicou que, no dia 8 de setembro, o general Madeira de Melo, comandante militar na Bahia, se recusou a aceitar a independência. “Na realidade, nós já vínhamos trabalhando muito antes do 07 de Setembro pela independência, centralizado na vila de Cachoeira.”

Salvador, apesar de não ser mais a capital do Brasil desde 1763, possuía uma forte presença militar portuguesa, com inúmeros fortes ocupados por soldados lusitanos. “Os baianos foram às ruas lutar pela nossa liberdade. Nós somos o único povo deste país que pegou em armas para lutar pela independência,” destacou o historiador.

Gualberto criticou a falta de ensino sobre a importância do 2 de Julho nas escolas. “Infelizmente, não se fala sobre 2 de Julho nas escolas. Nós sequer temos a disciplina da História da Bahia nas escolas e o 2 de Julho nem é citado nos livros didáticos,” lamentou. Para ele, a data é crucial porque simboliza a união de diversos segmentos da sociedade baiana na luta pela liberdade.

Ele mencionou figuras heroicas como Maria Quitéria, Joana Angélica e Maria Felipa, além de destacar o papel dos saveiros e dos vaqueiros. “Maria Quitéria, por exemplo, cortou o cabelo e se travestiu de homem para lutar pela independência. Isso é extraordinário.”

O historiador também falou sobre a importância do monumento do Caboclo e da Cabocla, localizado no Campo Grande, em Salvador. “A gente fala de caboclo, mas na realidade são duas figuras indígenas, os legítimos donos dessa terra. É um monumento lindíssimo que encarna o heroísmo deste povo extraordinário que somos nós,” ressaltou.

Gualberto finalizou seu discurso afirmando que a luta pela independência da Bahia é um exemplo de união e resistência.

“Nós banhamos as ruas e o mar da Bahia de Todos os Santos com sangue, mas não em cima de uma causa vazia, mas uma causa de liberdade, igualdade e fraternidade e quando nós vamos às ruas hoje, mais do que celebrarmos a memória desses heróis, nós estamos reavivando e reafirmando que nós, baianos, acreditamos nesses ideais.”

*Com informações do repórter Robson Nascimento

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