Política

Robinson Almeida defende fim da federação entre PT, PCdoB e PV: “Experiência não deu certo”

Para ele, o modelo prejudica a organização política local e cria distorções.

21/07/2025 16h03
Robinson Almeida defende fim da federação entre PT, PCdoB e PV: “Experiência não deu certo”
Foto: Robson Nascimento

O deputado estadual Robinson Almeida (PT) defendeu publicamente o fim da Federação Brasil da Esperança, formada por PT, PCdoB e PV. O parlamentar argumentou que o modelo não funcionou no Brasil, especialmente por obrigar os partidos a manterem alianças nos municípios mesmo sem afinidades locais.

“Essa experiência não deu certo. No caso dessa federação, por ser nacional, ela se verticaliza nos municípios, onde muitas vezes não há nenhum tipo de afinidade entre os partidos, que acabam sendo obrigados a se aliar”, criticou o deputado.

Para ele, o modelo prejudica a organização política local e cria distorções. “Defendo que a federação seja feita nacionalmente, mas que não seja obrigatória nos municípios. Ela pode valer para eleição de presidente e governador, mas não para as municipais. Isso desarruma demais as alianças”, disse.

Robinson também apontou que o PT foi um dos partidos mais prejudicados nas últimas eleições devido à federação.

“Pega o caso de Salvador: o PT teve votos para eleger três vereadores e só elegeu uma, a vereadora Marta Rodrigues. Isso aconteceu porque os outros partidos da federação colocaram poucos candidatos competitivos, enquanto o PT lançou uma nominata forte, teve mais votos de legenda, mas perdeu vagas.”

Segundo o deputado, a expectativa é que o debate seja retomado com mais força na nova direção do PT.

“Essa é a nossa expectativa. Nós não participamos do debate inicial, a federação é algo novo. Agora, com a experiência concreta após as eleições municipais, a nova direção deve ouvir os municípios e fazer um balanço. É hora de avaliar o que foi positivo, o que foi negativo, e se vale continuar.”

Apesar disso, Robinson reconhece que há um fator político importante: a manutenção da base de apoio ao presidente Lula.

“Seis partidos querem apoiar o presidente, mas sozinhos não conseguem eleger deputados federais. Por isso pedem a federação. Talvez voltar à coligação proporcional, como existia antes, seja mais conveniente em alguns casos”, sugeriu.

Caminho da reeleição

O deputado confirmou que será candidato à reeleição em 2026 e reafirmou sua parceria política com o deputado federal Zé Neto (PT), especialmente em Feira de Santana e região.

“Já tomei a decisão: vou para a reeleição. Tenho com Zé Neto uma parceria política e uma relação de irmandade. Caminhamos juntos e vamos caminhar mais uma vez”, declarou. “Mais de 50% da nossa votação vem de municípios do Recôncavo, Portal do Sertão, Salvador e região metropolitana. Vamos continuar esse trabalho para reeleger Zé Neto deputado federal e manter nosso mandato para ajudar o presidente Lula e o governador Jerônimo Rodrigues.”

*Com informações do repórter Robinson Nascimento

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