Reajuste do ICMS e aumento dos combustíveis impactam caminhoneiros autônomos
Como o combustível representa um dos principais custos da operação, qualquer reajuste pode comprometer os ganhos e dificultar o planejamento financeiro.
O preço da gasolina e do diesel aumentou em todo o Brasil neste sábado (data), impulsionado pelo reajuste do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e pelo aumento anunciado pela Petrobras no valor do diesel vendido às distribuidoras. A alíquota do ICMS da gasolina subiu de R$ 1,37 para R$ 1,47 por litro, enquanto a do diesel passou de R$ 1,06 para R$ 1,12 por litro, conforme decisão do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) tomada em outubro de 2024.
Além da alta no ICMS, a Petrobras reajustou o preço do diesel em R$ 0,22 por litro, também com vigência a partir deste sábado. Este é o primeiro aumento do combustível desde 2023. Já a gasolina não sofria alteração no preço por parte da estatal desde julho de 2024.
Entre os mais impactados pelo aumento do diesel estão os caminhoneiros autônomos, que já lidam com custos elevados de manutenção, pedágios e impostos. Como o combustível representa um dos principais custos da operação, qualquer reajuste pode comprometer os ganhos e dificultar o planejamento financeiro. Além disso, muitos contratos de transporte possuem valores fixos, impedindo que o aumento do diesel seja repassado automaticamente ao cliente.
Bruno Silva, caminhoneiro autônomo, relata as dificuldades enfrentadas com o reajuste.
“Com o aumento do diesel, nossos custos ficam bem mais caros, porque o combustível representa 30% a 40% do nosso custo de viagem. Isso encarece para a gente, motorista, e atrapalha nosso lucro”, explica.
Ele também destaca que o repasse do reajuste nem sempre ocorre na mesma velocidade.
“As empresas para quem a gente trabalha normalmente não reajustam na mesma velocidade os fretes que elas pagam, então a gente acaba ficando um pouco refém disso. Quando temos a possibilidade, pedimos um valor um pouco mais alto para cobrir os custos, mas a demanda sempre existe, especialmente nas entregas menores porta a porta, porque a compra pela internet dificilmente vai diminuir”, acrescenta.
Especialistas apontam que o aumento no custo do diesel pode ter efeitos cascata na economia, elevando os preços de produtos transportados por caminhão, como alimentos e bens de consumo. Com o impacto direto no setor logístico, consumidores também podem sentir os reflexos no bolso nos próximos meses.
*Com informações do repórter Matheus Gabriel