Questionário sobre o autismo entra para o censo do IBGE
Cerca de 2 milhões de brasileiros são autistas
Estima-se que exista um caso de autismo a cada 110 pessoas, de acordo com dados divulgados do Center of Diseases Control and Prevention (CDC), órgão ligado ao governo estadunidense. Assim, os dados indicam que o Brasil, com seus 200 milhões de habitantes, possua cerca de 2 milhões de autistas.
Pela primeira vez, o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), incluiu perguntas relacionadas ao espectro autista. Durante entrevista para o programa Jornal do Meio Dia, apresentado por Jorge Biancchi na rádio Princesa FM, a psiquiatra Dra. Adriana Volpato explicou que autismo não é uma doença, mas sim um transtorno do neurodesenvolvimento.
“A criança já nasce com essa condição e vai se desenvolver de maneiras diferentes daquelas que não possuem autismo”, explica a médica.
As causas do transtorno do espectro autista (TEA) ainda estão sendo estudadas e discutidas. Já se tem conclusões que as causas são multifatoriais, existindo fatores genéticos envolvidos, ou seja, se já existem casos de autismo na família, há chances dos próximos bebês também serem
“Toda síndrome tem essa possibilidade de passar para as próximas gerações, devido ao código genético”.
A idade dos pais também é relacionada, pois alguns dos filhos diagnosticados possuem genitores em idade avançada. O transtorno pode ser identificado até mesmo em bebês, a depender do grau de transtorno.
Dificuldade de olhar nos olhos, interação social, são alguns dos sinais. A maneira de brincar também é um sinal, crianças que não utilizam seus brinquedos de maneira funcional, preferem brincar a partir da organização.
Em alguns casos o diagnóstico pode ser tardio, e apenas relatados na fase adulta. Adultos que possuem grau leve de TEA, às vezes passam despercebidos e não recebem o tratamento adequado.
Se uma pessoa adulta frequentemente sente dificuldades de interagir, entender piadas, trabalhar em grupo, não lida bem com toques físicos e ambientes barulhentos, é melhor que se dirija a um neurologista para receber o possível diagnóstico.
A medida que o indivíduo vai envelhecendo, os sinais se intensificam, por isso é importante ter atenção às crianças, para que o tratamento se inicie o quanto antes.