Saúde

Psicóloga alerta sobre riscos das redes sociais para crianças

O uso excessivo das redes sociais pode afetar diretamente a autoestima e a saúde mental das crianças.

12/10/2025 19h13
Psicóloga alerta sobre riscos das redes sociais para crianças
Foto: Divulgação/MVTIC

Em entrevista ao programa De Olho na Cidade, a psicóloga Olívia Magalhães fez um alerta aos pais sobre o uso das redes sociais por crianças e adolescentes, chamando atenção para os impactos psicológicos e os riscos de exposição a conteúdos impróprios e até situações de abuso.

A especialista destacou que o uso das redes sociais por crianças pequenas é motivo de grande preocupação.

“A partir dos 6 ou 7 anos, já é possível perceber dificuldades em discernir o que é certo ou errado. Essas crianças ainda não têm maturidade para entender os perigos das redes sociais. Por isso, é aconselhável que uma criança dessa idade nem tenha rede social”, afirmou.

Segundo Olívia, mesmo os adolescentes devem ter o uso das plataformas digitais rigidamente acompanhado pelos pais ou responsáveis.

“Caso a família permita, esse acesso precisa ser totalmente monitorado. Existem aplicativos que permitem copiar mensagens e acompanhar conversas. É fundamental saber com quem seu filho está interagindo”, explicou.

A psicóloga também alertou sobre os riscos de jogos online, citando o popular Roblox como exemplo de ambiente que pode parecer inofensivo, mas esconder perigos.

“Às vezes, uma criança de 6 ou 7 anos acha que está conversando com outra criança da mesma idade, mas pode estar sendo manipulada por um pedófilo. Já há relatos de simulações de sexo dentro do jogo. Os pais precisam estar atentos a isso”, advertiu.

De acordo com Olívia, o uso excessivo das redes sociais pode afetar diretamente a autoestima e a saúde mental das crianças.

“As redes sociais são um caminho sem volta. Elas criam vício e moldam comportamentos. Imagine uma criança que não tem consciência crítica sendo exposta a padrões de beleza, consumo e estilo de vida que não condizem com sua realidade. Isso mexe com sua identidade e autopercepção”, observou.

Ela destacou que o algoritmo das redes sociais direciona conteúdos que podem reforçar inseguranças e comportamentos de comparação. “Se nós, adultos, já nos deixamos influenciar, imagine uma criança que ainda está formando sua personalidade”, acrescentou.

A psicóloga orientou que os pais devem agir com acolhimento e responsabilidade ao perceberem que a criança foi exposta a alguma forma de violência ou abuso online.

“O primeiro passo é acolher. A criança não tem noção do perigo e não pode ser culpabilizada. Depois, é preciso denunciar. Existem crimes virtuais e canais de denúncia que devem ser acionados para evitar que outras crianças também sejam vítimas”, explicou.

Ela também reforçou a importância do acompanhamento psicológico nesses casos.

“Buscar ajuda profissional é essencial para entender até que ponto aquele abuso afetou a criança e ajudar a amenizar os impactos psicológicos”, completou.

Olívia deixou uma mensagem direta aos pais e responsáveis: “Mesmo que você trabalhe o dia todo, é possível acompanhar à distância. Existem aplicativos que permitem monitorar o celular do seu filho. O perigo não está apenas nas ruas, está também nas redes sociais, dentro de casa, no quarto”, alertou.

A psicóloga incentivou que as famílias retomem momentos de convivência fora das telas, resgatando brincadeiras, passeios e o contato humano.

“As crianças estão perdendo a infância, a criatividade e até o hábito de brincar. Brinquem com seus filhos, joguem dominó, UNO, vão ao parque ou ao condomínio. Esse é o verdadeiro presente do Dia das Crianças”, concluiu.

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